Alunos de pós-graduação da UEL desenvolvem pesquisa sobre tilápias na Noruega

Iniciado este ano, o projeto prevê a troca de informações na área de Aquicultura, particularmente no cultivo de tilápias do Nilo, assim como a mobilidade de alunos e pesquisadores entre os dois países. O Brasil está entre os quatro maiores produtores do mundo e, dentro do País, o Paraná é o maior produtor.
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11/10/2022 - 11:30
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Dois mestrandos e um doutorando da Universidade Estadual de Londrina (UEL) estão em Bodo (Noruega) para desenvolver pesquisas relacionadas à tilápia, dentro de um acordo entre a UEL e a Universidade Nord, em um projeto intitulado “Cooperação entre Noruega e Brasil em Pesquisa e Educação para Melhoramento da Criação em Aquicultura Sustentável”.

O projeto é coordenado na UEL pelos professores Laurival Antonio Vilas Boas (Departamento de Biologia Geral) e Lucienne Garcia Pretto-Giordano (Departamento de Medicina Veterinária Preventiva), além da participação da professora Maria Isabel Mello Martins (Departamento de Clínicas Veterinárias).

Iniciado este ano, o projeto prevê a troca de informações na área de Aquicultura, particularmente no cultivo de tilápias do Nilo, assim como a mobilidade de alunos e pesquisadores entre os dois países. Lá, os estudantes brasileiros atuam em regime de cotutela (parceria com instituição de ensino superior estrangeira).

O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular (CCB) Renan José Casarotto Appel foi o primeiro a embarcar para a Europa, em setembro. Depois foi a vez dos mestrandos Karine Nicole Siqueira, também da Genética e Biologia Molecular, e Vinícius Wagner Silva, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (CCA). Renan é orientado pela professora Gislayne Trindade Vilas Boas (Biologia Geral) e co-orientado pelo professor Laurival. Karine também é orientada por Laurival, e Vinícius, pela professora Maria Isabel. Os mestrandos são co-orientados pela professora Lucienne.

De acordo com o professor Laurival, há muitos anos são desenvolvidos na UEL estudos sobre doenças da tilápia, unindo Biologia e Medicina Veterinária. Originária do Rio Nilo e cultivada desde o Egito Antigo, a tilápia é uma espécie que se adaptou muito bem em outras partes do mundo, sendo uma das mais cultivadas.

O Brasil está entre os quatro maiores produtores do mundo e, dentro do País, o Paraná é o maior produtor. E embora o consumo interno ainda seja baixo, quando comparado a outros países, ele vem aumentando, em parte pelo preço mais acessível e pela grande aceitação pelo consumidor.

NECESSIDADES DAS EMPRESAS – Os pesquisadores têm obtido bons resultados nas pesquisas, como a participação do desenvolvimento de uma vacina injetável contra a bactéria Streptococcus agalactiae. O trabalho é voltado para o mercado, ou seja, atender às necessidades das empresas. Esses estudos são feitos em parcerias com empresas chilenas que têm propiciado fonte de recursos para pesquisa e bolsas (como a bolsa de mestrado de Karine).

“Esta oportunidade de cooperação com a Noruega estava suspensa pela pandemia mas pôde ser implementada a partir deste ano”, explica o professor Laurival Antonio Vilas Boas.

Agora retomado, o projeto, coordenado na Noruega pelo professor Jorge Fernandes, visa o desenvolvimento de várias linhas de pesquisa nas duas instituições por longo período. Da UEL, por exemplo, uma nova linha envolve estudos com criopreservação de sêmen de tilápia. Renan, que ficará por um ano e meio, estuda transcriptomas (utilizados no mapeamento do RNA e suas funções) de tecido encefálico na resposta da tilápia a infecção de dois tipos de S. agalactiae.

Os mestrandos Karine e Vinicius, que permanecerão por três meses, pesquisam, respectivamente, a expressão de fatores de virulência da bactéria patogênica e técnicas de criopreservação de sêmen dos peixes. Ambos os projetos têm aplicações tecnológicas.

“Importante destacar ainda que esse acordo internacional irá contribuir com a formação de recursos humanos de alto nível em nossa universidade, além de contribuir com o processo de internacionalização”, acrescenta o professor Jorge Fernandes.

De acordo com ele, a ideia é, em 2023, professores da UEL irem para lá, assim como pesquisadores noruegueses virem para o Brasil. Todas as ações resultarão não só em teses e dissertações, mas também em publicações e participação em eventos de divulgação científica. O projeto prevê recursos de 240 mil coroas norueguesas (cerca de R$ 122 mil) para aplicação no projeto na UEL, além de verba para mobilidade dos alunos e docentes.

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