Acadêmicos e cientistas da Unicentro já desenvolveram 16 mil pesquisas

Entre iniciações científicas, dissertações de mestrado e teses de doutorado, a universidade contabiliza 16.078 pesquisas realizadas desde o início de sua história, em 1990.
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27/05/2025 - 16:50
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A Unicentro tem um papel importante para a ciência. Entre iniciações científicas, dissertações de mestrado e teses de doutorado, a universidade contabiliza 16.078 pesquisas realizadas desde o início de sua história, em 1990.

Somente no âmbito da iniciação científica (IC), que é o primeiro contato de estudantes com a ciência, foram 13.583 pesquisas desenvolvidas na universidade desde 1995, segundo os registros da Diretoria de Pesquisa (Dirpes). Atualmente, a Unicentro tem mais de mil estudantes fazendo IC.

A Unicentro incentiva a formação de jovens cientistas através de nove programas de IC com bolsas de estudos e um voluntário. Os programas institucionais de iniciação científica (Pibic), de iniciação tecnológica (Pibit) e de inclusão social (Pibis) são voltados a alunos de graduação. Além disso, estudantes de ensino médio também têm a oportunidade de desenvolver pesquisas antes mesmo de entrar na universidade, através da modalidade IC Júnior, no Pibic/EM.

Os temas da ciência produzida na Unicentro são os mais diversos. De acordo com a Diretoria de Avaliação (Dirai), a universidade tem 206 grupos de pesquisa cadastrados, que estudam sobre 679 diferentes assuntos. Essas pesquisas são lideradas por 528 professores pesquisadores da instituição. Em relação aos estudantes, em 2024 foram 1.741 desenvolvendo pesquisas, entre alunos de graduação, mestrado e doutorado.

“Nesses programas, os alunos vão desenvolver pesquisas, sendo orientados por professores da Unicentro. O processo de seleção é no começo do ano, no qual são cadastrados os projetos dos professores e dos alunos”, discorre o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unicentro, Paulo Roberto da Silva. “O aluno que desenvolve pesquisa na universidade sai muito mais preparado para o mercado de trabalho ou para continuar sendo um pesquisador. É uma chance de ter um diferencial após a formação”.

Uma das cientistas em início de carreira é a Sarah Miranda, acadêmica de Engenharia Ambiental que pesquisa o tratamento de água com ozônio. Para ela, fazer ciência é um dos caminhos para atingir seus objetivos profissionais. “Isso vai agregar no meu currículo e eu vou ter uma base maior para ir para essa área, porque é realmente onde eu quero continuar, nessa área de saneamento, de consultoria para essa parte”, conta.

Sarah é orientada pela professora Jeanette Beber de Souza, que há anos pesquisa sobre o tratamento de água e efluentes. “A desinfecção basicamente é realizada por meio do cloro nas estações de tratamento. Só que o cloro é um agente oxidante muito forte e tem alguns inconvenientes para o consumo humano. Então, eu estudo tecnologias alternativas ao cloro”, contextualiza a docente.

O tema de pesquisa da professora foi dividido em quatro ramificações entre suas orientandas de iniciação científica: enquanto Sarah está trabalhando com o ozônio, outra estudante testa a radiação ultravioleta, outra faz o tratamento da água com o próprio cloro e uma quarta aluna vai fazer o comparativo entre todos esses métodos. “Vamos avaliar custos, dificuldades tecnológicas envolvidas, eficiência da desinfecção”, explica a orientadora da equipe.

Essas experiências científicas proporcionam um conhecimento extra para além das aulas de rotina na graduação. “A gente vê como que é a aplicação, também a parte dos cálculos que a gente tem que fazer. A gente adquire mais conhecimentos e conhece mais a parte prática”, salienta a estudante Jeniffer Bianca Palhano, também orientanda da professora Jeanette.

PÓS – No âmbito da pós-graduação, a Unicentro também tem uma projeção científica relevante. Até o momento, já foram 2.205 dissertações de mestrado e 290 teses de doutorado concluídas, segundo dados da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp). Essa é a prova de que, mesmo após pegar o diploma de graduação, os egressos da Unicentro e de outras instituições retornam para o âmbito acadêmico para se especializar ainda mais.

“Quando o aluno termina a graduação, se ele quiser continuar os estudos, as pesquisas dele, tem os programas de pós-graduação em nível de mestrado e de doutorado. Então, o aluno, desde o ensino médio pode frequentar a Unicentro fazendo pesquisa, até sair doutor da instituição”, delineia o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação.

A bioinformata Barbara Fermino passou por todos esses estágios de formação. Durante a graduação em Farmácia, ela fez iniciação científica, depois seguiu para o mestrado em Ciências Farmacêuticas e finalizou a trajetória no doutorado em Desenvolvimento Comunitário. “Eu entrei, na minha primeira semana de faculdade, dentro do Laboratório de Neurociências e Comportamento, da doutora Juliana Bonini”, lembra.

Logo nesse contato inicial, a pergunta que ela fez à professora, sobre a influência genética na doença de Alzheimer, acabou virando o seu primeiro projeto de pesquisa.

“Meus orientadores me proporcionaram abrir meus horizontes, entender novas técnicas e eles sempre me deixaram aberta a achar, dentro da área de pesquisa deles, o que mais me atraía”, conta a profissional. No mestrado, o seu tema de estudo foi a Neuropsicofarmacologia e no doutorado ela investigou variantes genéticas associadas à gravidade da Covid-19. Durante esse percurso, ela teve muitos desafios, mas também, muitos aprendizados.

“O doutorado me submeteu a aprender algo que eu nunca tinha mexido antes, mas que foi o que eu me apaixonei, que é a bioinformática, que é a programação”, relata Barbara. “Hoje eu trabalho com bioinformática, que foi onde eu descobri qual era o meu lugar”, finaliza a egressa da Unicentro, que atualmente é diretora técnica em um laboratório de genética nacional, além de desenvolvedora de sistemas de análise de dados em genética internacional.

Em 2025, são 950 pesquisas sendo desenvolvidas na pós-graduação da Unicentro, entre os 18 cursos de mestrado e os 12 de doutorado ofertados na instituição. Esses cursos são gratuitos, tornando a pesquisa científica acessível a toda a comunidade.

Para fazer uma pós-graduação na Unicentro, é necessário atentar para o cronograma de seleção de cada programa. “Os editais geralmente são publicados lá por outubro até dezembro, para iniciar no próximo ano, no mês de março. Então, os alunos de último ano de curso de graduação já podem começar a pensar em um projeto de pesquisa e um orientador para atuar no mestrado”, informa o pró-reitor.

ESTRUTURA E FINANCIAMENTO – Ciência bem produzida é ciência com investimento. Por isso, a Unicentro capta recursos financeiros continuamente para o desenvolvimento científico. No ano passado, por exemplo, a universidade captou quase R$ 16 milhões para o investimento em pesquisa e pós-graduação, segundo dados da Diretoria de Avaliação.

Esse montante está dividido entre 13 convênios com instituições financiadoras, como a Fundação Araucária, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti).

No âmbito da iniciação científica, a Unicentro contemplou 377 estudantes com bolsas de estudo em 2024. Na pós-graduação, 309 tiveram bolsa de estudos no último ano, representando quase 60% de pós-graduandos com apoio financeiro para desenvolver sua pesquisa.

Além das salas de aula, a Unicentro tem mais de 300 laboratórios para atividades didáticas e de pesquisa, localizados nos câmpus Santa Cruz, Cedeteg e de Irati. “Nós temos as bolsas como incentivo, nós temos os recursos para o desenvolvimento dos projetos e nós temos a infraestrutura, tanto física, como de equipamentos na universidade, que está disponível a todos os alunos”, demonstra o pró-reitor Paulo.

“Não é uma pesquisa que fica só na teoria. O aluno vai fazer experimentação na infraestrutura dos laboratórios”, relaciona a professora Jeanette, das pesquisas sobre desinfecção de água. No seu curso de atuação, a Engenharia Ambiental, são três laboratórios somente para a área de tratamento de água. “Eles têm um aparato de piloto de ozonização, têm um protótipo de um reator de radiação ultravioleta que eles podem fazer os testes experimentais”, exemplifica a docente sobre os equipamentos que os estudantes têm acesso nos laboratórios.

Alguns espaços para a produção de ciência são multiusuários, abertos a qualquer pesquisador, como o Centro de Pesquisas Avançadas Ambientais, Bioenergéticas e Biotecnológicas (Ambiotec) e o Centro de Ciências Moleculares e Nanotecnologia (CCMN), no Câmpus Cedeteg, além do Centro Integrado de Pesquisas de Biomassa, Biotecnologia e Bioenergia (Bio-3), no Câmpus de Irati e o Centro Multiusuário de Pesquisas (CMSC), em fase de implantação no Câmpus Santa Cruz.

Para as pesquisas que precisam de uma atenção especial em relação a aspectos éticos, a Unicentro conta com dois comitês que avaliam e acompanham estudos com a participação de seres humanos (Comep) e com animais (Ceua). Além disso, todos os câmpus da instituição têm bibliotecas com milhares de livros em seus acervos físicos e digitais, facilitando a consulta a materiais bibliográficos.

Quando finalizados, os trabalhos da pós-graduação ficam disponíveis ao público no Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações (Tede), que é integrado à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). A Unicentro conta ainda com dezenas de revistas científicas para a publicação de artigos e outros textos produzidos por cientistas de qualquer instituição.

UNICENTRO NO MUNDO – Outro ponto interessante da pesquisa na Unicentro é a oportunidade de realizar parte dela no Exterior. De 2011 até o momento, 324 acadêmicos da instituição passaram um tempo em universidades estrangeiras, segundo os registros da Coordenadoria de Relações Internacionais (Coori).

Um caso atual é o do professor de Agronomia Jackson Kawakami, que está no Japão, para desenvolver sua pesquisa de pós-doutorado, financiada por um convênio da Fundação Araucária com a Universidade de Kyoto. Seus estudos envolvem uma comparação entre os fungos e bactérias que vivem em solo orgânico e os que ficam em solo convencional.

Para o docente, a mobilidade internacional expandiu a sua visão sobre a pesquisa científica. “Entrar em contato com outras formas de pensar, outras formas de avaliar os dados, acaba sendo positivo porque abre a nossa cabeça para outras formas de encarar os dados de pesquisa que a gente coleta no Brasil e também nos dá outras possibilidades de manejo e de interpretação desses dados”, observa Jackson.

Dados da Coori desde 2016 também contabilizaram 45 estudantes de graduação e 42 de pós-graduação que escolheram a Unicentro para a sua mobilidade, totalizando 87 estrangeiros que já estudaram na instituição.

Uma delas foi a montenegrina Isidora Popovic, que cursou o Mestrado em Letras entre 2017 e 2019. “Desde que comecei a estudar na Unicentro abriram-se muitas possibilidades acadêmicas. A relação que tive com minha orientadora, professora Denise Witzel, me ajudou muito a entender o verdadeiro poder da língua. As viagens para apresentar a pesquisa que desenvolvi ao longo do mestrado também foram muito enriquecedoras”, conta Isidora, que hoje trabalha no Parlamento de Montenegro e também é tradutora oficial para a Língua Portuguesa em seu país, sendo um dos exemplos das boas oportunidades que os egressos pesquisadores da Unicentro têm no mercado de trabalho.

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