Volta das chuvas ajuda no manejo do rebanho de bovinos no Paraná

Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária aponta que o acúmulo de água melhorou as pastagens do Estado, o que trouxe novo ânimo para os produtores de bovinos. A perspectiva é que a cotação permaneça alta.
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10/02/2022 - 14:30

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O ano de 2022 começou com melhora em termos climáticos, facilitando o manejo do rebanho de bovinos nos pastos e mantendo a perspectiva de boa cotação para os produtores no Paraná. Esse é um dos assuntos do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 4 a 10 de fevereiro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

A severa estiagem foi uma das principais marcas negativas para a agropecuária em vários estados brasileiros, incluindo o Paraná, durante o ano passado. Isso atrapalhou o desenvolvimento de várias culturas, como o milho, fonte de alimentação de bovinos, que teve o custo bastante elevado. As pastagens também sofreram com o deficit hídrico. Em algumas regiões, até mesmo a água para o consumo dos animais ficou escassa.

Neste ano já foram observadas chuvas em boa quantidade e em praticamente todas as regiões do Estado. O que se observa no campo é a melhora considerável das pastagens e, pelo menos em parte, a normalização do abastecimento de água. Os produtores já conseguem manter o rebanho nos campos, buscando a finalização da engorda e a comercialização de animais com melhor condição de carcaça.

Mas o atraso verificado em razão das condições do ano passado e a oferta restrita de bovinos refletem em elevação nas cotações da arroba. Os dados do Deral apontam que, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, a alta chegou a 2,2% na média estadual. Se o comparativo for com janeiro de 2021, o aumento chega a 16%. É possível que, entre abril e maio, com maior oferta, observe-se uma variação negativa, ainda que apresente pouca expressividade.

MANDIOCA E FRUTAS – Para a mandioca, as chuvas também são benéficas, facilitando os trabalhos de colheita. Mas nas indústrias de fécula e de farinha a oferta de matéria-prima ainda é baixa. A safra 2021/22 deve oferecer aproximadamente 2,9 milhões de toneladas (3% a menos que no ciclo anterior) em 131 mil hectares.

O boletim analisa também a movimentação financeira envolvida na comercialização de hortaliças, frutas, granjeiros e produtos da floricultura nas Centrais de Abastecimento do Estado do Paraná (Ceasa) em 2021. Nesse período, a batata, o tomate, a maçã, a banana e o mamão lideraram, sendo responsáveis por um terço dos negócios do setor.

SOJA, MILHO E TRIGO – A soja já está com cerca de 15% da área colhida, o que equivale a 845,2 mil hectares. O volume é bem superior ao observado no mesmo período do ano passado, quando chegava a 65 mil hectares (1%).

A colheita da primeira safra de milho também está adiantada. Nesta segunda semana de fevereiro atingiu cerca de 20% dos 437 mil hectares estimados. No ano passado, esse índice foi conseguido durante todo o mês. O plantio da segunda safra também está aproximadamente 20% concluído, dentro do esperado para o período.

Sobre o trigo, o documento do Deral destaca que seus derivados contribuíram para o aumento do IPCA em janeiro. Enquanto o índice geral teve alta de 0,54% nos preços, os produtos à base de trigo subiram 1,39%. O repasse ao consumidor era esperado, mas ainda está aquém. As farinhas, de acordo com o Deral, acumularam aumento de 16% nos últimos 12 meses, enquanto o pão francês teve reajuste de 7%.

AVICULTURA – O boletim reproduz, ainda, informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) sobre as exportações brasileiras de carne de frango. Em janeiro, foram 349,1 mil toneladas enviadas ao Exterior, volume 19,7% superior ao verificado no mesmo período de 2021. O faturamento alcançou US$ 616,9 milhões, valor 42% superior a janeiro do ano passado.

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