Unidades femininas do Depen recebem mais de mil coletores menstruais

A iniciativa tem por objetivo atender a substituição dos absorventes comuns, além de promover a sustentabilidade e reforçar a política pública voltada à mulher no sistema prisional. É parte do Outubro Rosa, de olhar mais atencioso para a saúde das mulheres.
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21/10/2021 - 12:20

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O projeto do Coletivo Igualdade Menstrual distribuiu cerca de 600 coletores menstruais para as Cadeias Públicas Femininas de Londrina, Santo Antônio da Platina e Apucarana nesta semana. Todas as unidades pertencem à Regional de Londrina do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen).

A iniciativa tem por objetivo atender a substituição dos absorventes comuns, além de promover a sustentabilidade e reforçar a política pública voltada à mulher no sistema prisional. É parte do Outubro Rosa, de olhar mais atencioso para a saúde das mulheres.

Em todo o Estado mais de mil unidades já estão nos espaços do Depen. As primeiras que receberam foram a Penitenciária Feminina do Paraná e o Centro de Integração Social (CIS), ambas localizadas em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Também foram enviados coletores às Cadeias Públicas de Corbélia e Laranjeiras do Sul, na Regional de Cascavel do Depen. Foram 550 coletores doados nessas quatro unidades.

Para o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati, esta é mais uma ação que tem se destacado na política pública voltada às mulheres no sistema prisional. “Foi criado no Depen uma coordenação estadual de política às mulheres, não só as para detidas, como também egressas. A política que até então não existia e vem colocando o Paraná como pioneiro na proteção da mulher no sistema prisional”, disse.

A coordenadora do Plano Estadual de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas no Sistema Prisional (PEAME) e vice-diretora da Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), Juliana Heindyk Duarte, destacou a importância desta parceria. Segundo ela, a perspectiva, até o final do ano, é de implementar a doação dos coletores em todas as unidades femininas, assim como a conscientização, o que coloca em evidência esee assunto também no ambiente prisional.

“Não basta só oferecer o produto, que é importante também, mas ensinar a usar é essencial. Tem mulheres dentro do sistema prisional que não sabem nem o básico da saúde. Por isso, é necessário este trabalho de conscientização às mulheres. Nós do Depen temos um cuidado muito grande em relação às questões de saúde da mulher”, completou.

A iniciativa do Coletivo leva junto da distribuição uma oficina explicando como utulizar o produto e sobre educação menstrual, higiene pessoal e auto-cuidado. As palestras têm sido realizadas desde 2020, quando foi feito a primeira doação.

“Levamos um protótipo de um útero e ensinamos como colocar e tirar o coletor. Por exemplo, no Centro de Integração Social, em Piraquara, foram feitas duas salas de aula com as presas da unidade, e falamos sobre o ciclo menstrual e a saúde da mulher no geral. Foi bem positivo para elas, pois saíram com informações bem importantes para o momento atual e também para o futuro”, disse a idealizadora e a diretora do coletivo, Adriana Bukowski.

O coletor nas unidades femininas do Depen pode trazer diversos benefícios. De acordo com a diretora, eles envolvem tempo da utilização do material (maior que o absorvente comum) e a saúde da mulher, pois o coletor não tem químicos, evitando coceira e alergia, que geralmente os absorventes tradicionais descartáveis causam.

O QUE É – O coletor menstrual é um copinho de silicone que tem quer ficar posicionado dentro do útero. Ele substitui o absorvente, permanecendo até 12 horas no corpo, sem trocas. É reutilizável, podendo durar até 10 anos, caso seja bem higienizado depois do uso. Além disso, o coletor ajuda a evitar o câncer de útero e também a proliferação de bactérias.

PEAME – O Plano Estadual de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas no Sistema Prisional, de 2021 e 2023, está em fase de produção. Por meio desse trabalho vários eixos relacionados à mulher (educação, cidadania e saúde) vão ganhar mais protagonismo. Segundo Juliana, o protocolo estabelecido nas unidades do Paraná é um dos destaques destas políticas porque proporciona exames/testes de AIDS, gravidez, sífilis, hepatite B e C, papanicolau e outros.

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