De 12 a 22 de junho de 2025, o palco do Teatro José Maria Santos recebe a Curitiba Cia. de Dança para uma temporada especial que celebra os 10 anos de trajetória do grupo. Com entrada gratuita, o público poderá assistir a três obras do repertório da companhia: "Memória de Brinquedo", "Quando se Calam os Anjos" e a estreia de "Ecos do Silêncio". Os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada apresentação.
Sob direção geral e artística de Nicole Vanoni, a companhia marca a data com uma programação que entrelaça passado, presente e futuro por meio da dança contemporânea e do balé neoclássico. Os espetáculos foram escolhidos por sua relevância artística e pessoal dentro da história da Curitiba Cia. de Dança, revelando diferentes camadas da sensibilidade humana e do fazer artístico.
A estreia de "Ecos do Silêncio" marca um novo capítulo na trajetória da companhia. A obra é uma remontagem e releitura de "O Grito Suspenso", balé neoclássico criado originalmente por Ricardo Scheir em 2014 para o Sesc Minas. Em sua nova versão, o espetáculo preserva a essência coreográfica da obra original, mas ganha novos contornos com a trilha sonora inédita de Vitor Rosa e uma abordagem mais profunda das emoções contidas no gesto.
O espetáculo propõe uma imersão sensível em paisagens silenciosas nas quais movimento, espaço e pausa se fundem. É uma celebração da suspensão, da tensão e do não-dito.
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"Memória de Brinquedo", criado e coreografado por Luiz Fernando Bongiovanni, diretor do Balé Teatro Guaíra, é uma ode à infância e à ludicidade. O espetáculo, que estreou em 2017, propõe uma reflexão sobre o impacto do mundo tecnológico nas primeiras fases da vida e a importância do brincar como forma essencial de existir e se desenvolver. Ao transitar entre memórias reais e ficcionais, a obra emociona e convida o público a repensar a infância na contemporaneidade.
Para Nicole Vanoni, diretora da companhia, o espetáculo carrega um profundo significado pessoal, entrelaçando sua vivência da maternidade à construção artística. A presença da voz de Regina Pessuti, avó de seus filhos, em cena torna a obra ainda mais afetiva — uma homenagem à memória, ao amor e à infância que pulsa em todos nós.
Primeira obra da companhia, "Quando se Calam os Anjos" tem direção coreográfica de Airton Rodrigues e nasceu da indignação diante da indiferença social frente à violência. Com uma linguagem cênica intensa, o espetáculo aborda as falências emocionais e a precariedade das relações humanas em um mundo cada vez mais virtual e fragmentado.
A montagem transita por cenas marcadas pela angústia, ironia e sensualidade, construídas em um jogo de luzes, sons e movimentos. Para Nicole Vanoni, que também atua em cena, essa obra representa um grito de resistência e cura. "Foi por meio dela que consegui gritar para o mundo — e curar a minha criança interior", diz.
Serviço:
"Memória de Brinquedo": 12 a 18 de junho | Dias de semana e sábados às 20h, domingos às 18h
"Ecos do Silêncio": 13, 14, 15, 20, 21 e 22 de junho | Apresentado junto aos outros espetáculos
"Quando se Calam os Anjos": 20 a 22 de junho | Dias de semana e sábados às 20h, domingos às 18h
Local: Teatro José Maria Santos (Rua Treze de Maio, 655, São Francisco)
Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita (ingressos distribuídos 1h antes de cada apresentação)
Gênero: Dança