Seminário aborda transporte de produtos perigosos e aumenta integração das forças no Estado

Promovido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), evento discute as maneiras de prevenção e respostas rápidas às ocorrências com materiais tóxicos, inflamáveis, químicos e radioativos.
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15/03/2022 - 17:20
Editoria

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O vice-governador Darci Piana participou nesta terça-feira (15), em Curitiba, da abertura do 1º Seminário Estadual de Segurança no Transporte de Produtos Perigosos, promovido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O evento, em formato híbrido, reúne cerca de 600 pessoas para discutir maneiras de prevenção e respostas rápidas às ocorrências com produtos perigosos, principalmente nas estradas.

O encontro é resultado das discussões da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências com Produtos Perigosos (Comissão R2P2) e integra diversas instituições envolvidas no debate para a diminuição dos acidentes e, consequentemente, dos impactos dessas ocorrências na sociedade e nos ambientes naturais.

Para o vice-governador, a integração entre as instituições é fundamental para garantir mais segurança nas estradas e evitar acidentes muitas vezes fatais. “Ter todos os protocolos de segurança e prevenção alinhados e o trabalho de cooperação entre as entidades é um ganho extraordinário para a sociedade, salva vidas e protege o meio ambiente dos danos causados por essas ocorrências”, destacou Piana.

OCORRÊNCIAS – Os acidentes com produtos perigosos estão entre as cinco ocorrências mais atendidas pela Defesa Civil no Paraná. Em uma década, foram registrados no Estado 942 acidentes com caminhões que transportavam combustíveis líquidos e gasosos, materiais químicos, tóxicos, corrosivos e radioativos. Eles afetaram 342 mil pessoas, com 93 vítimas fatais e 256 feridos.

Além dos danos à vida, esses desastres também causam diversos impactos ao meio ambiente e ao patrimônio. “Mesmo que seja pouco produto derramado, o estrago que ele faz é muito grande, por ser tratar de materiais inflamáveis, tóxicos ou corrosivos”, explicou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig.

“Por isso a preocupação e a existência de um programa específico voltado ao atendimento, transporte e manipulação de produtos perigosos. Eles requerem muita atenção por parte das instituições”, destacou.

SEMINÁRIO – Os dois dias de evento contam com palestras que abordam diferentes aspectos relacionados com o transporte de produtos perigosos, desde os programas de prevenção até as responsabilidades legais e procedimentos necessários às emergências com os produtos quando os acidentes não conseguem ser evitados.

“O objetivo do seminário é a integração entre as instituições e para mostrar o trabalho que o Governo do Estado vem fazendo, através da Defesa Civil, para evitar e minimizar os danos causados por esses desastres”, salientou o coronel Fernando. “Como órgão integrado, a Defesa Civil tem como papel fazer com que todos os agentes estejam alinhados no momento da ocorrência, para atender de forma rápida e eficiente qualquer tipo de evento envolvendo produtos perigosos”.

O seminário ocorre em formato híbrido, com participantes presenciais e virtuais, o que permite um alcance maior de público e amplia o alcance para as diferentes regiões do Paraná e também aos outros estados. Além disso, as discussões podem ser acompanhadas por outras instituições e às empresas que atuam no setor e estão diretamente expostas aos riscos.

A proposta é abranger especialmente as forças envolvidas no atendimento, para compartilhar e consolidar o conhecimento entre as instituições e apresentar as informações à sociedade. Os palestrantes são pessoas de referência na área, com vasta experiências nas ações de fiscalização, prevenção ou atendimento a emergências, que proporcionam uma visão global sobre o tema.

“O Corpo de Bombeiros presta o atendimento a essas ocorrências em conjunto com a Polícia Rodoviária Estadual, a Defesa Civil e os órgãos municipais. Nosso primeiro enfoque é a retirada das vítimas desses locais e, fundamentalmente, a proteção do meio ambiente”, destacou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros”, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior.

Entre as instituições representadas também estão a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Corpo de Bombeiros, Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), Instituto Água e Terra (IAT), Exército Brasileiro, Ministério Público do Paraná, Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar).

COMISSÃO – A Comissão Estadual P2R2 foi implementada em 2013, substituindo a antiga Comissão de Produtos Perigosos. Ela refletiu uma atualização e o alinhamento com a legislação federal, que já tinha estabelecido, em 2005, o Plano Nacional P2R2, após um acidente em Cataguazes (MG) que contaminou de rios e territórios.

No Paraná, o ponto de virada foi em 2016, quando um acidente na BR-277, no Litoral, com um caminhão que transportava etanol. O vazamento do produto ocasionou um incêndio que atingiu 12 veículos e causou 12 mortes. Na ocasião, foram criados grupos de trabalhos na comissão para tratar de temas específicos, propondo medidas de prevenção e preparação das equipes.

Também foram ampliadas as fiscalizações nas rodovias para verificar as condições dos veículos que transportam materiais perigosos, com foco também no manuseio e armazenamento desses produtos. Entre as medidas para minimizar os danos está também o trabalho preventivo com os motoristas, que precisam de um curso específico para transportar os materiais.

PREVENÇÃO – A Defesa Civil orienta que as pessoas que se deparam com algum acidente com produtos perigosos – que envolvem os caminhões identificados com placas laranjas e os símbolos específicos dos produtos que transportam – informem imediatamente o Corpo de Bombeiros (193), a Defesa Civil (199), a Polícia Rodoviária Federal (191) ou a Polícia Rodoviária Estadual (198). Também é importante não ter contato com os materiais e se afastar dos locais de acidente, já que pode haver o risco de explosões ou incêndios.

PRESENÇAS – Participaram da abertura o superintendente da PRF, Antônio Paim de Abreu Junior; o diretor de Operações do Detran, Adriano Furtado; o diretor Executivo da Fetranspar, Manoel Jorge dos Santos Neto; o superintende do Ibama no Paraná, Luiz Antônio Corrêa Lucchesi; o chefe do Estado Maior da PMPR, coronel Adilson Luiz Lucas Prüsse; a coordenadora de Identificação de Vítimas de Desastres em Massa da Polícia Científica, Patrícia Doubas Cancelier; e o coordenador Estadual de Acidentes Ambientais do Instituto Água e Terra (IAT), José Adailton Caetano.

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