Os diretores da Companhia de Saneamento do Paraná participaram de painéis e de diálogos setoriais no 33º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental para falar dos caminhos e estratégias que a empresa tem adotado para alcançar a universalização dos serviços nos municípios atendidos.
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), tem como tema “Saneamento para quem não tem - inovar para Universalizar!” O congresso, que ocorre em Brasília, desde o domingo (25), e segue com programação até esta quarta-feira (28) no Centro de Eventos Ulysses Guimarães. Em paralelo, ocorre a Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, participou do painel sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs) como ferramenta para alcançar as metas de universalização do saneamento. Ao lado dos diretores-presidentes de companhias de outros estados, Bley destacou a experiência da companhia paranaense com esse modelo de parceria.
Segundo ele, a Sanepar adota uma abordagem metodológica que garante agilidade na expansão dos serviços, sem abrir mão da qualidade que a empresa já entrega. Bley reforçou que discutir saneamento é, acima de tudo, falar de saúde e meio ambiente. Por isso, as PPPs são um caminho para transformar essa pauta em prioridade nas políticas públicas, com foco em resultados concretos para a população.
“Trouxemos o modelo do Paraná onde se trabalha metodologia e não ideologia. O enfrentamento que temos para a Sanepar continuar sendo uma empresa pública, com responsabilidade, com entregas, mas trazendo métodos mais contemporâneos, e as PPPs são prova disso”, destacou.
“Fizemos a divisão do Estado em três microrregiões, incluindo municípios que não tinham esgotamento sanitário com os que tinham para que a equação econômico-financeiro ficasse de pé. Fizemos quatro lotes de licitação, trazendo parceiros privados, visando acelerar os investimentos para que possamos alcançar em 2029 a universalização, programada para 2033”, exemplificou.
No painel dos presidentes o diálogo tratou dos desafios do setor para que o saneamento alcance a população de todos os municípios. Participando com os presidentes e representantes da Aegea, Sanasa, Embasa, Caesb e Copasa, Bley falou que as empresas do setor precisam ser inventivas e encontrar caminhos para universalizar, além da necessidade de ações de enfrentamento da crise climática que tem afetado todas regiões do Brasil, seja pela escassez hídrica ou pelo excesso de chuvas.
“Tivemos a participação desde pequenas até grandes empresas, algumas com alta abrangência, como Minas Gerais com mais de 600 municípios, e o enfrentamento de realidades muito diferentes, mas com convergência de muitos temas. A questão de financiamento, de licenciamento, de mão de obra capacitada para atender toda as ações, busca da qualificação de novos atores”, disse Bley.
“Apesar de realidades distintas, temos a necessidade de manter diálogo permanente para mostrar nossa representatividade e achar soluções adequadas para o nosso trabalho, que é de saúde pública, com a universalização do esgoto sanitário e a manutenção da universalização no abastecimento. E a responsabilidade para isso não é só das companhias de saneamento, mas de toda sociedade. Precisamos da sinergia dos vários atores, propiciar um campo fértil para alcançarmos os resultados. Saúde, fiscalização, regulação tem de estar juntos para trazer reflexos positivos a todos”, ressaltou.
BRASIL URBANO E RURAL – A diretora de Investimentos da Sanepar, Leura Conte de Oliveira, falou sobre soluções inovadoras para a universalização da água e do esgoto em comunidades brasileiras de pequeno porte nas áreas urbana e rural. De acordo com ela, os desafios são enormes, já que mais de 40% dos municípios têm menos de 10 mil habitantes, e para levar os serviços a complexidade e os custos são exponencialmente maiores, principalmente, para o tratamento do esgoto.
“A Sanepar tem números invejáveis: 81,5% de coleta de esgoto, mas ainda temos cerca de 800 mil pessoas que necessitam receber esse sistema e para isso buscamos alternativas, dentre elas as PPPs. A busca para atendimento dessas pequenas comunidades passa pela questão tarifária, são comunidades muito distantes, que demandam um olhar diferenciado e a busca por soluções alternativas, descentralizadas, com uso de wetlands”, explicou a diretora.
“Nesses locais há maior área com menor custo e também o uso de parâmetros ambientais do Conama, que são menos restritivos para que possamos chegar nessas comunidades. A partir da universalização melhoramos as condições de padrões de lançamento ambiental sem comprometer o meio ambiente”, ponderou Leura.
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – Anatalício Risden Júnior, diretor de Inovação e Novos Negócios na Sanepar, destacou que a cultura da inovação está no DNA da Companhia. Além das PPPs, entre os exemplos estão a migração para o mercado livre de energia, uso da fibra ótica nas redes de esgoto, secagem térmica e combustão do lodo e a biodigestão de lodo e de resíduos orgânicos
“Tivemos a oportunidade de mostrar dentro do Congresso da ABES que realmente trabalhamos com inovação, não só pela tecnologia, mas inovação de métodos, buscando o melhor atendimento aos nossos clientes”, disse.
Risden falou ainda que projetos de referência, como o das startups e o da rota do lodo da água e do esgoto, chamaram muito a atenção dos congressistas. “Quanto mais eficientes somos nos processos de tratamento, mais lodo produzimos. E estudamos rotas factíveis como coprocessamento, compostagem, soluções baseadas na natureza ou biofazendas, entre outras mais que estamos adotando”, ressaltou o diretor.