Rodada de negócios aproxima compradores e cooperativas familiares na Ceasa de Curitiba

A iniciativa faz parte do trabalho de assessoria que o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) presta a cooperativas familiares, por meio do projeto Mais Gestão da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).
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05/11/2021 - 10:10

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A primeira rodada de negócios entre representantes de cooperativas familiares e compradores que frequentam a Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná) aconteceu nesta quinta-feira (04) em Curitiba. A iniciativa faz parte do trabalho de assessoria que o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) presta a cooperativas familiares, por meio do projeto Mais Gestão da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).

O objetivo foi apresentar produtos e aproximar cooperativas e compradores. Novas rodadas serão promovidas ainda este mês em Londrina (dia 12), e em Foz do Iguaçu (25).

Esta primeira contou com a participação de 23 cooperativas da região Centro-Sul do Estado e Litoral, representando 6 mil produtores cooperados. Foi apresentada uma diversidade de produtos, desde hortaliças e frutas in natura, até alimentos processados.

De acordo com o coordenador de Organização Rural e Mercado do IDR-Paraná, Sérgio Auffinger, além de aproximar as cooperativas das empresas compradoras dos produtos, a rodada de negócios visa abrir novos espaços de mercado. “Todas as permissionárias da Ceasa foram convidadas para o encontro que também contou com a participação de cooperativas e associações assessoradas pela Adeop (Associação de Desenvolvimento do Extremo Oeste do Paraná)”, disse.

Maria Miranda Batista, da Associação dos Remanescentes de Quilombos do Bairro Areia Branca, em Bocaiúva do Sul, percorreu 200 quilômetros para chegar à Ceasa de Curitiba e ficou animada com o encontro na Central. “Essa rodada de negócios é maravilhosa. Estamos conhecendo muita coisa que a gente não vê lá na comunidade. É uma oportunidade de mostrar nossos produtos”, destacou.

A associação é tocada por cinco mulheres da comunidade. Elas produzem bala de banana, chips de mandioca e de banana. Por enquanto, as produtoras não têm um comprador fixo e vendem para intermediários. “Achamos que esse nosso trabalho já dá para ajudar a comunidade, que fica muito isolada”, disse Maria Batista. 

A iniciativa também foi conhecida por representantes da RRIA, Propósito& Tecnologia, empresa que pretende levar mais tecnologia a produtores e conectá-los com comerciantes finais por aplicativos. “A rodada foi interessante para entendermos como aplicativos podem ajudar os pequenos agricultores a escoar sua produção”, destacou Isadora Cordova, da área de Atendimento.

A empresa já desenvolveu aplicativos para diversos segmentos como hotelaria, saúde, mobilidade, mercado pet e serviços sociais.

PROXIMIDADE – Ainda de acordo com Auffinger, está entre as metas do programa Mais Gestão ter as oficinas com potenciais compradores. “Além da oportunidade de encontrar novos compradores, os representantes das cooperativas conheceram a experiência de comercialização na Central”, disse.

Segundo ele, muitas dessas cooperativas participam apenas do mercado institucional e, até então, não tinham contato com os compradores. “Os recursos com essas compras institucionais vêm caindo. Então, o passo seguinte é que as cooperativas saiam desse mercado, mas para isso é preciso melhorar a qualidade dos produtos e negociar com os compradores”, afirmou.

Para ele, essa rodada pode alavancar os negócios das cooperativas, pois as centrais de abastecimento oferecem um grande número de compradores, sejam atacadistas ou pequenos mercados.

MERCADO POTENCIAL – A Cooperativa Nova Citrus, que reúne 70 produtores de Nova América da Colina e outros dez municípios da região Norte do Paraná, já é conhecida na Ceasa de Curitiba. Ela mantém um funcionário exclusivo para atender a Capital.

Para Natanael Francisco de Melo, diretor-presidente da cooperativa, Curitiba é o local onde o comércio de laranja é mais forte e a rodada de negócios é uma maneira de aproximar os compradores da cooperativa. Melo está de olho no futuro. “A Nova Citrus produz atualmente 400 mil caixas (de 23kg) de laranja-pera por ano, mas a estimativa é superar 600 mil caixas nos próximos dois anos. Para isso é preciso ter mercado”, disse.

Dalvan Mallmann, extensionista do IDR-Paraná que atende os produtores na Ceasa, afirmou que a rodada foi uma possibilidade de inserção no mercado que antes as cooperativas não tinham. “A iniciativa fomenta o acesso ao espaço da Ceasa”, disse ele. “Também estamos pensando em um outro formato de participação, trazendo as cooperativas para comercializar no Mercado do Agricultor durante um dia inteiro. Seria como uma feira das cooperativas na Ceasa”, acrescentou.

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