Uma réplica em 3D idêntica ao crânio humano é o novo item do acervo do Museu Paranaense de Ciências Forenses (MPCF), em Curitiba. A peça foi desenvolvida em parceria entre a Polícia Científica do Paraná (PCP), o Museu Paranaense de Ciências Forenses (MPCF), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Academia de Ciências Forenses (ACF) e já faz parte da exposição permanente do museu.
O diretor da Academia de Ciências Forenses, Alexandre Lara, acredita que o crânio humano impresso em 3D irá despertar interesse não só de adultos, mas de crianças, que poderão interagir com essa nova peça do acervo do museu. "A experiência torna-se muito mais rica quando se pode segurar uma peça dessa nas mãos e observar os seus detalhes e características”, ressalta.
O Museu Paranaense de Ciências Forenses recebe em média mil visitantes por mês. “Os visitantes poderão manipular e conhecer todos os detalhes dessa impressão feita em 3D, que já fez sua estreia no Museu Móvel na ExpoLondrina 2024”, conta a diretora do MPCF, Fabíola Machado.
A ideia é produzir outras peças com essa mesma tecnologia para enriquecer a experiência dos visitantes no local. “Além disso, estamos avaliando a possibilidade de disponibilizar as imagens 3D no site da PCP para que mais pessoas consigam ter acesso a esse material tão interessante”, completa a diretora.
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PROCESSO – O processo de digitalização foi feito na UFPR e a impressão ocorreu no Laboratório de Inovação e Metrologia (LIM) da Academia de Ciências Forenses.
Para o professor Luis Augusto Koenig Veiga, titular do Laboratório de Geodésia Aplicada à Engenharia da UFPR, a utilização de tecnologia para criação de objetos a partir de um modelo virtual, representa um avanço significativo no campo da ciência forense. “Existe a vantagem da preservação digital da réplica de um objeto, que pode ser usada a qualquer momento, mesmo que o objeto original não esteja mais disponível. Além disso, essa tecnologia é útil para treinamento e ensino, permitindo replicar e preservar o original”, declara.
A impressão 3D envolve a criação de objetos por camadas, conectando seções paralelas de material de forma sequencial. Essas camadas podem ser compostas por diferentes materiais, sendo os polímeros os mais comuns, depositados seletivamente por meio de impressão. Esse processo, conhecido como Additive Manufacturing (AM), consiste na junção de materiais para criar peças a partir de dados provenientes de um modelo 3D, geralmente por meio da sobreposição de camadas sucessivas.
MUSEU – Fundado em 1910 como Museu do Crime, com o intuito de armazenar objetos relacionados a delitos, passou a ser chamado de Museu Paranaense de Ciências Forenses em 2022. O espaço é dedicado à conservação da história da Polícia Científica do Paraná e à divulgação das ciências forenses, e possui em seu acervo instrumentos e equipamentos utilizados desde o início das atividades periciais no Estado do Paraná, além de livros, documentos, arquivos fotográficos e centenas de ossos e outras peças anatômicas.