Programa de educação ambiental da Portos do Paraná quer expandir noção de permacultura

Nova estruturação do programa abrange fortalecimento da pesca artesanal e das associações, saneamento básico, apoio ao público jovem, turismo e cultura socioambiental.
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07/04/2022 - 11:20

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A Portos do Paraná, por meio da diretoria de Meio Ambiente, reformulou a estratégica do seu Programa de Educação Ambiental (PEA). A nova proposta leva às 15 comunidades que estão nas áreas de abrangência dos portos de Paranaguá e Antonina os princípios e ética da permacultura – que é cuidar das pessoas, cuidar do planeta e a partilha justa da distribuição dos excedentes.

Segundo o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, a modificação na abordagem do PEA junto às comunidades atende uma demanda do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que o programa fosse além da parte teórica em sala de aula. “Pensamos então em um Programa de Educação Ambiental voltado para fora da sala de aula, com mais prática que teoria. Dentro dessa estratégia trouxemos as práticas e princípios da permacultura”, explica.

Na nova estruturação, o programa conta com cinco linhas de atuação: fortalecimento da pesca artesanal, fortalecimento das associações, saneamento básico, apoio ao público jovem, turismo e cultura socioambiental. Todos estão conectados com a permacultura. “A partir disso, desenvolvemos várias pequenas ações que nos permitem resolver problemas que percebemos dentro das comunidades”, avalia.

Segundo Santana, muitas dessas ações traçadas já acontecem na prática. “São os sistemas alternativos de esgotos, a preservação de nascentes no modelo caxambu, o Selo Verde para pousadas na Ilha do Mel, a capacitação dos jovens, os ensinamentos de compostagem, a conscientização sobre os cuidados com os manguezais, entre outros”, explica.

PRÁTICA – Na parte da “Partilha Consciente” do PEA, enquadram-se ações de promoção da pesca artesanal e do incentivo e valorização do consumo dos pescados da região.

Para “Cuidar de Pessoas”, cinco ações estão programadas. A realização de um grande fórum de articulação entre associações de pescadores e moradores da baía de Paranaguá e Antonina, a construção participativa de um plano de gestão ambiental e territorial das baías, o apoio na gestão e atuação das associações de catadores de recicláveis das duas cidades, a formação de novas lideranças para atuar junto às associações locais e a formação básica e busca por alternativas de renda para os jovens das comunidades pesqueiras.

Quando o assunto é “Cuidar da Terra”, o foco está nas ilhas, saneamento ecológico e compostagem. Paralelamente, trabalha-se a valorização cultural, a segregação adequada dos resíduos e um conjunto de ações que visa defender e conscientizar as comunidades sobre a importância dos manguezais.

O diretor da Portos do Paraná diz, ainda, que o novo PEA faz a comunidade se sentir parte prática do programa, uma vez que é o público-alvo da iniciativa. “São eles que trazem o problema, daí traçamos as estratégias em conjunto para de forma prática resolver a questão”, explica.

PEA O Programa de Educação Ambiental da Portos do Paraná é requisito do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama e atua diretamente junto a 15 comunidades das baías de Paranaguá e Antonina, que estão localizadas nas áreas de influência dos portos paranaenses. As ações desenvolvidas pelo programa estão alinhadas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, do qual a Portos do Paraná é signatária.

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