Produtores de Cerro Azul participam de pesquisa sobre melhoramento genético da ponkan

Projeto do IDR-Paraná, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, prefeitura e Sebrae consiste em qualificar ainda mais a produção no Vale do Ribeira, que já é a maior do Brasil. Vinte produtores receberam 230 mudas cada um e terão acompanhamento durante cinco anos.
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14/06/2021 - 12:50

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Produtores de ponkan do município de Cerro Azul estão sendo beneficiados por um projeto de pesquisa que prevê o melhoramento genético da fruta na região do Vale do Ribeira. Cerro Azul é considerada a capital nacional da ponkan. Pelo projeto, 20 produtores receberam 230 mudas cada um.

A entrega foi feita pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, prefeitura do município e Sebrae.

O projeto consiste em qualificar ainda mais a produção de ponkan na região para oferecer um produto de melhor qualidade ao consumidor. São mudas de alto vigor, selecionadas da própria região, da pesquisa do IDR-Paraná e da Embrapa. Os produtores que receberam as mudas foram selecionados e vão receber toda a assessoria e apoio dos técnicos do Instituto.

“Serão cinco anos de acompanhamento e análise das novas mudas”, conta o coordenador do Polo de Pesquisa Curitiba do IDR-Paraná, João Ari Gualberto Hill. “A iniciativa é mais um exemplo do bom resultado da integração entre o trabalho da pesquisa e da extensão para melhorar a produtividade e a qualidade da agricultura paranaense”.

A região do Vale do Ribeira responde por 80% da produção estadual da fruta, com 5,6 mil hectares e 90,8 mil toneladas anuais. O município de Cerro Azul, nessa região, tem a maior produção individual no País e responde por 9,8% da oferta das variedades ponkan, montenegrina e murcote.

A nova safra de tangerina, de 2021, começou a ser colhida nos primeiros dias deste mês. Os agricultores estão recebendo em torno de R$ 27,00 pela caixa de 22 quilos, mas a tendência é que haja redução, na medida em que a colheita se intensifique.

Nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) foi a sexta fruta mais comercializada em 2020. Foram 40,9 mil toneladas, que renderam R$ 86,1 milhões, com preço médio de R$ 2,10 o quilo. No entreposto da Ceasa em Curitiba, a caixa de 20 quilos da tangerina ponkan é comercializada, hoje, entre R$ 25,00 e R$ 30,00.

CERRO AZUL – A entrega das mudas aconteceu em conjunto com a assinatura de um termo de intenções para posterior consolidação do termo de cooperação com a prefeitura de Cerro Azul, em que consta um plano de trabalho que prevê ações em diversas áreas da agricultura local.

Para a cadeia produtiva da mandioca, por exemplo, está em execução o projeto de validação de materiais genéticos e em fase de elaboração o projeto de manejo de nutrientes e adubação para a cultura da mandioca de mesa. “São projetos que visam a melhoria da renda e qualidade de vida das famílias envolvidas”, conta Altair Sebastião Dorigo, diretor de Gestão de Negócios do IDR-Paraná que assinou o termo em nome do Instituto.

O termo de cooperação com Cerro Azul também prevê ações para fortalecer a gestão das unidades produtivas, promover inclusão social da população rural, orientação para diversificar os sistemas de produção, promover a produção sustentável e a difusão das tecnologias desenvolvidas na Estação de Pesquisa aos agricultores do município e região.

De acordo com João Ari, as ações do Instituto colocam como foco a ponkan e a mandioca porque Cerro Azul é o maior produtor da fruta e a região que mais produz mandioca de mesa. Mas outras áreas também ganham atenção no plano integrado, como a pecuária, bovinocultura de lei, grãos e cana-de-açúcar.

De acordo com Laís Adamuchio de Oliveira, coordenadora regional do IDR-Paraná de Curitiba, este plano integrado vem ao encontro com a necessidade do município, pois, de acordo com os dados do IBGE 2010, a população rural representa 71,59% do total do município. “A intenção é promover ações integradas de assistência técnica, extensão rural e pesquisa, para a melhoria econômica, social e ambiental da população rural”, conta Laís.

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