Produção recorde brasileira de trigo reflete em queda no preço de farinhas especiais e pão

Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, analisa o desempenho dos preços do trigo no varejo, atacado e ao produtor e traz informações sobre outros produtos.
Publicação
05/01/2023 - 11:30

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O período de colheita do trigo safra 2021/22, que está praticamente encerrado no Paraná, aliado a uma produção recorde brasileira, tem provocado redução, mesmo que pequena, nos preços das farinhas especiais e do pão francês no Estado.

Pesquisas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, apontam que, neste mês, tanto no atacado quanto no varejo, o recuo foi de 1%. O assunto é detalhado no Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 23 de dezembro de 2022 a 5 de janeiro de 2023, divulgado pelo Deral.

Essa redução se contrapõe ao desempenho verificado em 2022, quando a farinha especial acumulou alta de 28% no atacado, chegando a R$ 93,61 a saca de 25 quilos, e o pão francês aumentou 15%, atingindo R$ 11,46 o quilo. O reajuste teve como causa principal a alta nos preços internacionais, decorrente da guerra na Ucrânia.

O produtor paranaense, por sua vez, recebeu, em média, R$ 93,73 pela saca de trigo em dezembro. O valor é 5% inferior ao registrado em novembro (R$ 98,61), mas 6% superior ao de dezembro de 2021 (R$ 88,17).

A produção brasileira de trigo está estimada em 9,5 milhões de toneladas, abaixo do consumo interno projetado em 12,3 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Paraná deve produzir 3,38 milhões de toneladas, volume 15% inferior ao potencial projetado quando semeou 1,19 milhão de hectares.

MILHO E SOJA – O boletim traz também informa sobre a piora nas condições das lavouras de milho e soja neste início de 2023. Um dos fatores que contribuíram para isso é o intenso calor na segunda quinzena de dezembro, especialmente na região Oeste do Estado.

A expectativa é que a colheita dos dois produtos comece nos próximos dias. Enquanto a safra de verão está próxima de ser colhida, o milho segunda safra tem janela aberta para o plantio.

CEBOLA E MANDIOCA – O Paraná foi o sétimo produtor nacional de cebolas em 2021, respondendo por 6,4% da produção nacional. Para a safra 2022/23, a área estimada é de 3,3 mil hectares, ou 17% menor que no ciclo anterior. No entanto, a produção deve ser semelhante, com 104,4 mil toneladas.

A colheita de mandioca encerrou-se em dezembro. Em 125 mil hectares foram retirados 2,7 milhões de toneladas. Para a nova safra, a estimativa é cobrir 135 mil hectares, com produção que pode alcançar 3,1 milhões de toneladas.

BOVINOS E AVES – O documento do Deral informa que o preço pago ao produtor de leite chegou ao quinto mês consecutivo em queda. A cotação foi de R$ 2,59 o litro para o produto captado em novembro e pago em dezembro. No varejo, todos os derivados pesquisados também apresentaram queda.

Em relação às exportações de carne de frango, o faturamento no Brasil, de janeiro a novembro de 2022, foi de US$ 8,757 bilhões (29% sobre US$ 6,787 bilhões de 2021) para 4.282.304 toneladas (5,2% a mais que as 4.070.099 toneladas do ano anterior). No Paraná, o volume exportado no mesmo período em 2022 foi de 1.754.882 toneladas (o que representa 7,1% sobre 2021, quando foi 1.638.674 toneladas), com faturamento de US$ 3,513 bilhões (crescimento de 36% sobre os US$ 2,582 bilhões do ano anterior).

APICULTURA – Sobre a apicultura brasileira, consta no documento que, em 11 meses de 2022, foram exportadas 35.137 toneladas de mel in natura, volume 22,8% menor que o obtido em igual período de 2021. O faturamento em dólar foi 16,4% menor, chegando a US$ 131,3 milhões.

Considerando a exportação total dos 11 meses, o Paraná ocupa a quarta posição, com 4.454 toneladas e receita de US$ 16,7 milhões. No ano anterior, em igual período, o Estado havia exportado 9.456 toneladas, com faturamento de US$ 31,4 milhões.

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