Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), inaugurou nesta quinta-feira (5) a exposição fotográfica “Fauna Ameaçada é Fauna a Ser Salva”. Realizada em parceria com a Prefeitura de Curitiba e o Instituto Água e Terra (IAT), a mostra está em cartaz na Galeria das Quatro Estações, no Jardim Botânico de Curitiba, com visitação gratuita todos os dias até 3 de agosto.
A iniciativa reúne imagens de 33 espécies da fauna ameaçada de extinção no Paraná, registradas com sensibilidade e precisão por fotógrafos e pesquisadores. Inspirada no recém-lançado Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Paraná, publicado pela Sedest na última terça-feira (3), a exposição convida o público a refletir sobre a importância da biodiversidade e da conservação da natureza no Estado.
O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, destacou a escolha do local para a mostra. “O Jardim Botânico costuma receber, anualmente, cerca de dois milhões de visitantes. É um espaço muito frequentado por pessoas do Brasil e de todo o mundo. A luz nasceu para brilhar em lugar alto — não para ser escondida. O grande trabalho dos nossos ambientalistas é agora realçado para brilhar em lugar alto, em um local de destaque”, afirmou.
Greca também ressaltou o simbolismo da data. “O Dia do Meio Ambiente existe para que não nos esqueçamos de nós mesmos. O meio ambiente é bom — Deus o fez e viu que era bom. Não temos o direito de defender um progresso que destrua a criação divina. Viva o meio ambiente, viva Curitiba e viva o Paraná”, concluiu.
O Paraná foi pioneiro ao lançar, em 1995, sua primeira lista estadual de espécies ameaçadas. Atualmente, essa relação contempla 15 grupos da fauna e identifica 339 espécies sob risco, reunidas na nova edição do Livro Vermelho, disponível em formato impresso e digital.
Além das fotografias, os visitantes da abertura puderam observar dois exemplares taxidermizados — uma harpia (Harpia harpyja) e uma onça-pintada (Panthera onca) — pertencentes ao acervo do Museu de História Natural do Capão da Imbuia. Referência em pesquisa e educação ambiental, o museu preserva parte do valioso acervo do antigo Museu Paranaense, fundado em 1876.
A secretária municipal do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza do Carmo Dias, lembrou do trabalho desenvolvido pelo Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) de Curitiba, que atende cerca de 4 mil animais por ano. “Muitas vezes, nas cidades, nos preocupamos com a fauna doméstica. Mas a fauna silvestre ainda sofre muito, principalmente em razão do tráfico. O trabalho incansável realizado para enfrentar esse problema é uma prova disso”, afirmou.
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REDE DE PROTEÇÃO – A mostra também evidencia o trabalho contínuo da rede de apoio à fauna silvestre no Paraná, coordenada pelo IAT, autarquia vinculada à Sedest. A estrutura inclui o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) e três Centros de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), criados em parceria com instituições de ensino e organizações da sociedade civil.
Somente nos quatro primeiros meses de 2025, essa rede foi responsável pelo resgate e reabilitação de 1.483 animais silvestres — número que representa 40% de todos os atendimentos realizados em 2024.
O delegado-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, Guilherme Dias, chamou a atenção para o tráfico de animais silvestres, classificado como a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo. “No Brasil, mais de 20 milhões de animais são traficados todos os anos, o que contribui diretamente para a extinção de diversas espécies”, alertou. “Essa exposição valoriza ainda mais a luta em defesa do meio ambiente e da nossa fauna”.
PRESENÇAS – Participaram da cerimônia de abertura a deputada estadual Márcia Huçulak; a chefe do Parque Nacional do Superagui, Camile Lugarini; o diretor executivo do Instituto Internacional Socioambiental Chico Mendes, Clodoaldo Soares; o curador da exposição e arquiteto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Guilherme Klock; o diretor-geral da Sedest, Rodrigo Rodrigues; o biólogo e editor do Livro Vermelho, Peterson Trevisan Leivas; o gerente de Restauração Ambiental do IAT, Mauro Scharnik; o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba, Edson Evaristo, a assessora de gabinete da Sedest, Ana Castro; além de Patricia Silva, Paulo Gomes e Antenor Silva Júnior, do Museu de História Natural do Capão da Imbuia.
Também estiveram presentes alguns dos fotógrafos e pesquisadores que contribuíram com a exposição: Sergio Morato, Bruno Bastos, Gabriel Marchi, Fernando Hardt e Mateus Freitas, representando o fotógrafo Athila Bertonci.
Serviço:
Exposição “Fauna Ameaçada é Fauna a Ser Salva”
Data: 6 de junho a 3 de agosto
Horário: 6h às 19h30
Local: Galeria das Quatro Estações, no Jardim Botânico de Curitiba
Endereço: Rua Engo. Ostoja Roguski, 350 - Jardim Botânico