PCPR resgata mil animais e desarticula um dos maiores grupos de tráfico internacional do País

Os agentes localizaram animais como cobras de espécies variadas, pássaros de diversos portes (incluindo araras), sapos, tartarugas, macacos, axolotes (espécie ameaçada de extinção), lagartos, entre outros. Aqueles animais que não puderem ser restituídos à natureza serão destinados a santuários de animais em todo o País.
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17/06/2025 - 07:50

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 16 pessoas em flagrante e resgatou mais de mil animais durante uma operação contra o tráfico internacional de espécies silvestres e exóticas. A ação ocorreu simultaneamente em 12 cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais nesta terça-feira (17).

Com apoio aéreo de um helicóptero da PCPR, os policiais civis cumpriram 38 mandados de busca e apreensão em residências, clínicas veterinárias e cativeiros. A operação mirou a estrutura criminosa identificada e seus principais distribuidores em âmbito nacional e regional.

Nos endereços, os agentes localizaram animais como cobras de espécies variadas, pássaros de diversos portes (incluindo araras), sapos, tartarugas, macacos, axolotes (espécie ameaçada de extinção), lagartos, entre outros. Aqueles animais que não puderem ser restituídos à natureza serão destinados a santuários de animais em todo o País.

A ação teve apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR), das polícias civis dos quatro estados envolvidos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Água e Terra (IAT), da Prefeitura de Curitiba e de organizações ambientalistas.

As ordens judiciais resultam de uma investigação de dois anos que monitorou grupos virtuais voltados ao tráfico de animais silvestres — da fauna brasileira — e exóticos, de outras partes do mundo.

“Esses grupos, que concentram mais de 20 mil membros, se organizam para a venda de animais em todo o território nacional, tanto no atacado quanto no varejo”, afirma o delegado Guilherme Dias, responsável pela investigação.

Entre as espécies traficadas estão onças, tucanos, araras, macacos, serpentes, aranhas e dezenas de aves nativas e exóticas. “Infiltramos agentes em grupos digitais e descobrimos como funciona o comércio ilegal de animais no Brasil. Hoje, ele ocorre majoritariamente de forma online, diferente dos anos anteriores, quando se concentrava em feiras livres”, afirma o delegado.

A PCPR apurou que o grupo atuava de maneira estruturada e segmentada. As células criminosas sediadas em São Paulo eram responsáveis pela distribuição nacional, enquanto os núcleos do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais abasteciam o Sul, o Sudeste e parte do Nordeste. Para envio dos animais aos compradores, os criminosos utilizavam caminhoneiros, envios postais e até mesmo aplicativos de transporte.

Os crimes investigados são tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A operação é desdobramento de uma ação deflagrada em fevereiro de 2024, que resultou na apreensão de 390 animais e na prisão de nove pessoas. Na ocasião, a PCPR identificou que os criminosos chefiavam 27 grupos de aplicativos de mensagens voltados exclusivamente ao tráfico de animais, além de integrarem dezenas de outros, com mais de 20 mil integrantes e conexões internacionais no Paraguai e na Venezuela.

PCPR deflagra operação para desarticular um dos maiores grupos de tráfico internacional de animais do País
Foto: PCPR


Cidades com mandados cumpridos:

Paraná: Curitiba, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande, Matinhos, Piraquara e Almirante Tamandaré.

São Paulo: São Paulo, Santana de Parnaíba e Santos.

Santa Catarina: Ascurra.

Minas Gerais: Santa Luzia.

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