Não há cidades inteligentes e sadias sem saneamento, afirma presidente da Sanepar

Cláudio Stábile proferiu a palestra magna no Congresso da Abes, que acontece em Curitiba. Ele disse que a pandemia ressaltou o valor da saúde e o papel do saneamento. Stabile apresentou uma perspectiva positiva mesmo com a crise hídrica.
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20/10/2021 - 09:00
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Os desafios, perspectivas e oportunidades do saneamento no Brasil no atual cenário foram tema da palestra magna do diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, nesta terça-feira (19), no 31º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

O evento, que está sendo realizado em Curitiba, é promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e reúne diretores de empresas, técnicos especialistas e fornecedores do setor de saneamento de todo o Brasil.

Stabile abordou o tema central do congresso “Cidades Inteligentes conectadas com o saneamento e meio ambiente: desafios dos novos tempos”. Em sua análise, destacou que não há cidades inteligentes e nem comunidades sadias sem saneamento básico.

“Ao passarmos pelo pior mal do século, que é a pandemia, fica mais evidente o valor da saúde. O nosso trabalho é promover saúde pública, saúde preventiva. Ao propiciar saúde, propiciamos felicidade. Isso não tem preço, não está na tarifa”, disse o presidente da Sanepar.

Entre os desafios do setor, Stabile citou o novo marco legal do saneamento, que estabelece metas de universalização dos serviços até 2033. Ele apresentou os indicadores da Sanepar, que atende 100% da população urbana com água tratada e quase 80% com coleta e tratamento de esgoto, nas cidades em que a Companhia atua.

“Mesmo tendo já alcançado a universalização no atendimento com água potável, a Sanepar precisa avançar no esgotamento sanitário. Para atingirmos esta universalização, prevemos investimentos em torno de R$ 20 bilhões e parcerias com instituições públicas, privadas, nacionais e internacionais”, disse.

EXEMPLOS Um exemplo de parceria exitosa se dá entre a Sanepar, Itaipu Binacional e Parque Tecnológico Itaipu (PTI), que prevê uso de tecnologias inovadoras para tornar sustentável o processo de tratamento de esgoto.

O trabalho teve início na região Oeste do Paraná, com cidades pequenas, que também representam um desafio para a Sanepar. Municípios com populações de 3 mil, 5 mil, 10 mil habitantes, segundo Stabile, são um grande gargalo para as companhias de saneamento no esgotamento sanitário, porque é preciso garantir o padrão de qualidade em sistemas muito pequenos, que na maioria das vezes são deficitários.

O presidente citou, também, o projeto de seleção de startups, que está em andamento, na busca de soluções inovadoras para os desafios da Companhia.

Além do foco na inovação, a Sanepar também atua fortemente na questão ambiental. O presidente apresentou o projeto Reservas Hídricas do Futuro, na Bacia do Rio Iguaçu, que irá formar uma infraestrutura hídrica num corredor de biodiversidade, ocupando uma área de 20 mil hectares na Região Metropolitana de Curitiba, com a recuperação de 150 quilômetros de rios e de formação de estrutura de parques, hidrovias e ciclovias, entre outros.

CRISE HÍDRICA – Stabile também falou da adaptação às mudanças climáticas e citou a crise hídrica que afeta o Paraná, com uma estiagem de recorrência de 90 anos. A Companhia implementou mais de 20 ações mitigatórias, de acordo com um protocolo de crise, influindo captações emergenciais em pedreiras, ação de bombardeamento de nuvens e rodízio, o que exigiu o engajamento da população, por meio da campanha Meta 20, que pede a economia de 20% no uso da água.

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