A abertura da exposição individual da fotógrafa Vilma Slomp, que acontece em 4 de junho no Espaço Cultural BRDE-Palacete dos Leões, dialoga com o Dia Mundial do Meio Ambiente – data instituída pela ONU em 1972 como 5 de junho – ao trazer à tona seu trabalho de imersão na Amazônia, revelando o cotidiano ribeirinho, a força da natureza e o impacto da exploração predatória.
A mostra “Amazônia - mergulho caleidoscópico entre dragas e dragões”, distribuída pelas salas expositivas do Espaço Cultural BRDE, apresenta por um lado a relação colorida e entusiasmada que Vilma estabelece com o cotidiano amazônico, durante as viagens prolongadas em grandes barcos descendo os rios Amazonas, Solimões, Negro, Juruá, Branco, Madeira e Tapajós em contraponto com as “dragas e dragões”, como um alerta sobre as ameaças do garimpo, do uso do mercúrio e do desmatamento.
No texto da exposição, a fotógrafa conta como começou a pesquisa. “Em 2014 iniciei um projeto interessada em conhecer e fotografar a Amazônia navegando seus rios por longos períodos nos grandes barcos em prolongadas viagens, dormindo e sonhando nas redes e parando para conhecer pequenas cidades, comunidades ribeirinhas e indígenas”.
Os registros fotográficos, feitos no período de 2014 a 2024, são testemunhos de uma experiência ímpar. Viajando em pequenos aviões, em ônibus pela Transamazônica, a bordo de embarcações e dormindo em redes ao ritmo das correntezas, a fotógrafa viu o pulsar da vida ribeirinha sobre a terra firme, revelando a exuberância natural em contraste com a degradação do meio ambiente causada pelo garimpo ilegal e o desmatamento.
“A pesquisa de Vilma é um jogo de opostos: suas imagens revelam o que pulsa no cotidiano da vida ribeirinha, ao mesmo tempo em que evidenciam as cicatrizes da exploração. Nesse diálogo entre luz e sombra, a fotografia emerge como um território da memória”, comenta Mariana Bernal, coordenadora do Espaço Cultural BRDE.
SOBRE A ARTISTA – Vilma Slomp é fotógrafa, vive e trabalha em Curitiba. Autodidata em fotografia, iniciou sua formação artística em 1968, estudando desenho e pintura. Participou de exposições coletivas e individuais que percorreram diferentes países, e tem obras nos acervos do Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Oscar Niemeyer, Fogg Art Museum/Harvard Art Museum, em Boston, International Center of Photography, Nova York, e Musée de La Photographie, na França.
Vilma tem cinco livros publicados: Feliz Natal, Dor, Ilusão, Vísceras em Vice-versa e Curitiba Central.
PALACETE DOS LEÕES – Mantido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões tem como missão fomentar a sensibilização e participação de artistas e da comunidade na vida cultural da cidade, garantindo acesso gratuito à arte e à cultura. Ao longo do ano, o espaço realiza exposições que refletem a diversidade e a riqueza da produção artística e práticas contemporâneas.
Serviço:
Amazônia - mergulho caleidoscópico entre dragas e dragões
Abertura: 4 de junho, das 18h às 21h
Período expositivo: de 5 a 27 de junho
De terça a sexta, das 13h às 18h, com acesso até as 17h30
Local: Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões
Avenida João Gualberto, 530, Alto da Glória - Curitiba
Programação do Palacete em www.brde.com.br/palacete