Hospitais da UEPG se tornam referência no atendimento a pessoas em situação de violência

A novidade vem após pactuação do Protocolo de Fluxos de Atendimento das Pessoas Vítimas de Violência Sexual, entre equipes técnicas da instituição, Departamento de Serviço Social da UEPG, 3ª Regional de Saúde e secretários de Saúde de 12 municípios dos Campos Gerais.
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05/04/2022 - 10:30
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Os hospitais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Humai e HU-UEPG) agora são referência no atendimento a pessoas em situação de violência. A novidade vem após a pactuação do Protocolo de Fluxos de Atendimento das Pessoas Vítimas de Violência Sexual, entre as equipes técnicas da instituição, Departamento de Serviço Social da UEPG, 3ª Regional de Saúde e secretários de Saúde de 12 municípios dos Campos Gerais.

O diretor-geral do HU, Sinvaldo Baglie, destaca que é preciso combater de forma ampla os casos de violência sexual na sociedade, especialmente nos indivíduos mais vulneráveis. “Quando infelizmente ocorre, advém o sofrimento e o impacto nas questões de saúde. Neste contexto, nossas equipes entram em cena e agora com melhor articulação para atender de forma especializada e humanizada”, ressalta.

O próximo passo a ser tomado pelos grupos serão atividades de formação interna para as equipes dos hospitais – reuniões de articulação com os municípios e com as instituições que atuam na proteção de vítimas de violência, como Conselhos Tutelares, Delegacias, Instituto Médico Legal e Patrulha Maria da Penha. “Esperamos continuar contribuindo nas discussões sobre a violência sexual, com nossas equipes, com os secretários de Saúde, com a Regional de Saúde e Departamento de Serviço Social, para atender a quem precisar”, afirma.

O diretor técnico Ricardo Zanetti diz que qualquer unidade de saúde pode encaminhar aos hospitais da UEPG pacientes que passaram por situações de violência. “É uma grande conquista, um avanço e um ganho social imenso, tanto para Ponta Grossa assim como toda área de abrangência da 3ª regional, onde o HU começa a ser referência no atendimento a violências, principalmente sexual”, explica.

O Humai já atendia crianças em situação de violência antes da pactuação e, a partir de agora, atende todas as faixas etárias. “Para isso, criamos uma unidade específica, com assistentes sociais atendendo 24h e o serviço de psicologia, enfermagem e médico, treinados para que possam atender a essas situações”, destaca.

As equipes precisam estar preparadas para atender as vítimas de forma diferenciada, já que chegam ao atendimento abaladas com o ocorrido. “Então desde quem o recebe, as recepcionistas, o médico e o processo de triagem é todo diferente do habitual. O HU realiza o atendimento referenciado e qualquer unidade de saúde é porta aberta para atendimento de violência sexual e pode encaminhar os casos para nós”, explica Zanetti.

“É um momento histórico para Ponta Grossa porque marca a consolidação de um trabalho coletivo iniciado há mais de 20 anos na defesa dos direitos humanos das pessoas em situações de violências”, comemora a professora Cleide Lavoratti, do Departamento de Serviço Social.

A pactuação do atendimento às vítimas de violência é extremamente importante, ressalta a pró-reitora de Extensão, Édina Schimanski. Segundo ela, a compromisso teve origem na extensão (projeto de extensão) e, por isso, sua importância no processo. “Mostra a força da extensão, valorizando ações que cheguem cada vez mais perto da comunidade. A função social da Proex e da UEPG é de criar espaços que valorizem os processos pedagógicos com as demandas da comunidade”, diz.

Segundo o chefe da Regional de Saúde, Robson Xavier da Silva, diálogo, transparência, responsabilidade e compromisso social marcaram a articulação das equipes envolvidas. “Assim se faz o SUS, para que crianças, adolescentes, mulheres, população idosa, população LGBTQIA+ tenham um atendimento humanizado através do Sistema Único de Assistência”, afirma.

ATENDIMENTO – A partir deste mês, o Humai se torna referência regional para atender crianças de 0 a 11 anos que tenham sofrido violências físicas, sexuais e negligências severas que demandem de atendimento hospitalar. O trabalho também abrange em casos em que a violência sexual tenha ocorrido dentro das 72 horas, para profilaxias das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e outras doenças decorrentes. Quando se tratar de adolescentes (12 a 18 anos) ou adultos, o atendimento será pelo HU, com coordenação da equipe de Serviço Social.

“O atendimento a pessoas vítimas de violência no HU e Humai demostra o compromisso da instituição com a população de Ponta Grossa e região, buscando propiciar um atendimento eficiente e humanizado, em articulação com a rede de atendimento”, ressalta a diretora da Sessão Técnica Assistencial Ines Chuy Lopes. A diretora destaca o aspecto dos atendimentos acontecerem em um hospital de ensino. “Será um polo de capacitação para que mais profissionais possam estar aptos e sensibilizados para este tipo de situação”.

A coordenadora do Setor de Serviço Social do HU, Kelly Krezinski Crivoi, destaca que o primeiro passo é o acolhimento da pessoa em situação de violência, que deve ser de forma humanizada, por profissionais capacitados que prezem pela ética, pelo sigilo, evitando posturas revitimizantes. “Após todos os procedimentos adotados pelas equipes de saúde dos Hospitais Universitários, é necessário a continuidade do atendimento pela rede de saúde, segurança pública e socioassistencial”, acrescenta.

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