Em Pitanga, novos acessos às indústrias impulsionam o desenvolvimento

Com 65% de execução, as vias marginais da PR-466 vão atender as mais de 20 empresas instaladas nos dois parques industriais na região, facilitando o acesso e o escoamento da produção. A expectativa é atrair novos investimentos. A aplicação de recursos por parte do Governo do Estado soma R$ 12,4 milhões.
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03/12/2020 - 09:20

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Novembro marcou a meta de 65% de andamento das obras das vias marginais da PR-466 em Pitanga, na região Central do Paraná. Elas darão acesso ao complexo de indústrias da região, separando o trânsito urbano das conexões dos caminhões de carga e dos ônibus dos funcionários. O investimento do Governo do Estado é de R$ 12,4 milhões e levará mais segurança para cerca de mil colaboradores.

A obra envolve pavimentação, drenagem com sarjeta no canteiro central, calçadas com piso tátil, ciclovias, meios-fios, abrigos de ônibus, defensas metálicas, sinalização vertical e horizontal, e quatro interseções em nível ao longo de 4,2 quilômetros – ao todo, com as duas margens, serão 8,4 quilômetros de novas pistas. As entrega das intervenções está prevista para junho de 2021.

“O Governo do Estado tem um olhar diferenciado para a infraestrutura. Estamos promovendo esses acessos como forma de facilitar o trânsito em Pitanga e melhorar o escoamento da PR-466, que é o ramal entre Campo Mourão e Guarapuava, uma conexão importante da região central”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Essa região central ficou desassistida por muitos anos. Estamos virando esse jogo e essa é a primeira parte de um projeto de modernização mais robusto”.

Segundo a Prefeitura de Pitanga, mais de 20 empresas já estão instaladas em dois parques industriais na região e serão diretamente beneficiadas. Elas trabalham com artefatos de concreto, reciclagem, transporte de cargas pesadas, incluindo também o mercado de veículos (oficinas, empresas de molas, retíficas e postos de gasolina) e carnes e grãos (abatedouros e agropecuárias cerealistas).

“Tínhamos esse parque industrial com dificuldade de acesso, problemas para escoar a produção. A obra aumenta a segurança do transporte em uma região que tem histórico de acidentes”, afirma o prefeito do município, Maicol Callegari. “Também estamos abrindo oportunidades para novas empresas se instalarem, é uma visão otimista do futuro. Mesmo sem obras já houve atração com essa expectativa de crescimento, um exemplo é a Magazine Luiza, que anunciou recentemente o começo da atuação no município”.

A obra será importante para atender uma reivindicação antiga do município por mais segurança rodoviária. É uma região com alto índice de violência no trânsito porque os atuais trevos são primários e não comportam o excedente de tráfego. A intervenção também ajudará Pitanga a acelerar a resolução de um gargalo social. O município está inserido em um contexto de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deficitário em relação ao Paraná.

“Na região, 30% da população depende do Bolsa Família e 60% das famílias têm Cadastro Único. Em Pitanga os índices são de 24% e 56%, respectivamente. É um município com renda per capita baixa, que depende de mais investimentos para conseguir avançar mais rapidamente”, afirma o prefeito. “São 8 mil pessoas que vivem ancoradas em programas sociais. Os jovens vão embora e a cidade começa a envelhecer. Com novas empresas conseguimos reverter essa realidade”.

“É uma obra que vai ajudar a melhorar a infraestrutura para as empresas do parque industrial e possibilita crescimento econômico para um município que precisa muito atrair novas indústrias para melhorar as condições de vida”, acrescenta o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pitanga, Adair Hey. “Pitanga é uma das maiores bacias leiteiras do Estado, mas ainda falta alavancar o progresso, dar um salto, acelerar a agroindustrialização e a diversificação. Com infraestrutura os empresários têm mais confiança para investir”.

OBRAS – O projeto executivo foi contratado pela Prefeitura de Pitanga, que também é responsável pelas desapropriações. As obras em si começaram em outubro de 2018 e atingiram 65% no mês passado. A parte de terraplanagem já alcançou 90% e 2020 ainda reserva a implementação da capa asfáltica em alguns trechos. São 72 funcionários trabalhando diariamente em mais de 50 equipamentos na obra.

Também serão construídas ou melhoradas quatro interseções em nível: uma no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE); no acesso à Pitanga; em frente à C.Vale; e na continuidade do primeiro acesso já existente, de quem segue de Guarapuava a Campo Mourão.

O primeiro trevo, que também dá acesso à sede da Faculdades do Centro do Paraná (UPC) será modernizado e reequilibrado. A marginal no sentido a Guarapuava começa logo nessa primeira conexão com a interseção. No sentido oposto a saída será um pouco mais à frente, depois da PRE. O segundo trevo fará a conexão com a Rua Alexandre Buchman, próximo ao Parque do Lago, e também envolve a revitalização. As outras duas interseções são conexões novas.

As pistas, do modelo simples, terão quatro metros de largura em casa sentido, além de 34 centímetros entre a base e o CBUQ (camada asfáltica), capaz de suportar trânsito de caminhões com vários eixos. As calçadas e ciclovias terão 1,5 metro de largura cada. Entre as estruturas para veículos motorizados e pedestres/ciclistas haverá grama para controle da erosão. A velocidade padrão será de 60 km/h.

Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a obra tem um compromisso com a geração de qualidade de vida no município. Ela atende requisitos da Organização das Nações Unidas (ONU) para acessibilidade, uso responsável do solo e transporte alternativo. “É uma obra completa, com tudo aquilo que o município precisa para ganhar velocidade para crescer. Estamos estimulando boas práticas e gerando segurança”, acrescenta.

OUTRAS OBRAS – O Governo do Estado também financiou outras obras em Pitanga. Estão em execução convênios de pavimentação urbana (R$ 4,3 milhões), um Meu Campinho (R$ 348 mil) e a revitalização da Rua Alexandre Buchmann (R$ 716 mil). Também foram liberados recursos para a ampliação e reforma da Unidade Básica de Saúde Jardim Maristela e a construção da UBS Barra Bonita, facilitando o acesso à saúde primária, e a construção de um parque linear para ajudar na contenção de cheias e na ocupação urbana. Os auxílios envolvem, ainda, um parque infantil, veículos e uma máquina para pintura de vias municipais.

HISTÓRIA – Pitanga é um município de pouco mais de 30 mil habitantes e cujo marco histórico é ser o centro geográfico do Estado. É uma terra vocacionada para o agronegócio e que representa 0,8347% da área do Estado.

O local onde fica a cidade começou a receber os seus primeiros moradores a partir de 1914, quando colonizadores que moravam em Prudentópolis transferiram suas residências para a região. Até então, somente os índios habitavam as terras. Os fazendeiros começaram a criar porcos, que posteriormente eram trocados por outros produtos ou levados para Ponta Grossa, traçando novas rotas no Estado.

Em 1918 o local já oferecia casas comerciais, além de serviços como ferreiros, carpinteiros, marceneiros. Nessa época a vila estava localizada às margens da estrada que ligava a região Central do Paraná ao Mato Grosso do Sul. Já existia na região, inclusive, um posto policial.

Em 1940 Pitanga tinha aproximadamente 13 mil habitantes, mas o município só foi criado oficialmente em 1943. Com os anos, antigos distritos se tornaram independentes, como Boa Ventura de São Roque, Santa Maria do Oeste e Nova Tebas, limitando um pouco mais o território dos pitanguenses.

Nos últimos anos, o município aumentou a sua área de asfalto, a cobertura de saúde, e atraiu novas empresas e entidades de ensino superior. O IDH saltou de 0,381 em 1991 para 0,702 em 2010 (quanto mais próximo de 1, melhor) e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita evoluiu em mais de R$ 15 mil entre 2010 e 2017.

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Região Central receberá diversas modernizações rodoviárias

Pitanga está no Centro da remodelação do “eixo estruturante” de rodovias em desenvolvimento pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR). Entre as iniciativas estão a duplicação e restauração da PRC-466 entre Guarapuava e Turvo e o projeto de ampliação da capacidade da PRC-466 entre Turvo e Pitanga, além de projetos de restauração e ampliação da capacidade das rodovias entre Pitanga e Mauá da Serra (passando por Manoel Ribas e Ivaiporã), e entre Pitanga e Campo Mourão, favorecendo a conexão com a Coamo, maior cooperativa da América Latina.

Dessas obras, a revitalização do trecho Guarapuava-Turvo é a que tem os trâmites mais adiantados, com contrato assinado. O início depende apenas da ordem de serviço. O DER-PR também já publicou o edital de licitação para contratar a empresa que vai elaborar o projeto de engenharia da restauração e ampliação da capacidade entre Pitanga e Turvo. O trecho tem extensão de 45,5 quilômetros e inicia na PR-460, a aproximadamente um quilômetro do entroncamento com a PR-239, em Pitanga, e termina no início do perímetro urbano de Turvo.

A região Central do Estado também é contemplada com a pavimentação histórica entre Pitanga e Mato Rico. As obras vão recomeçar nos próximos dias, após a resolução de entraves burocráticos, e a expectativa é de novo ritmo em 2021. O asfalto que conecta Mato Rico de maneira definitiva ao século 21 está estimado em R$ 89,4 milhões e será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Outra revitalização importante para a região acontecerá no perímetro urbano de Guarapuava, na BR-277. As obras serão realizadas em uma extensão de 3,6 quilômetros, resultando em duplicação e acostamentos. A intervenção contempla a implantação de uma trincheira entre a Rua João Fortkamp e a Rua Campo Grande; a duplicação do viaduto no entroncamento com a PRC-466 e, ainda, a adequação de suas alças de acesso; três pontes no km 345,5; um viaduto conectando a Avenida Professor Pedro Carlo e a Avenida Beira Rio; uma trincheira para acesso ao aeroporto municipal; duas passarelas; e a implantação de iluminação pública em uma extensão de 12,2 quilômetros.

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