Documentário mostra resgate de canoa em sítio arqueológico tombado pelo Paraná

Canoa foi identificada dentro da área de tombamento do sítio arqueológico de Cidade Real do Guairá, à margem esquerda do rio Iguaçu. Resgate foi documentado por fotografias, mapas, relatos e o videodocumentário, agora disponibilizado pelo Iphan.
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16/12/2022 - 14:30
Editoria

Em 2018, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, viabilizou o resgate emergencial de uma canoa identificada dentro da área de tombamento do sítio arqueológico de Cidade Real do Guairá, protegido em nível estadual pelo Governo do Paraná. A ação contou com supervisão e apoio técnico da Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná (CPC), órgão vinculado à Secretaria da Comunicação Social e da Cultura.

A ação foi documentada por meio de fotografias, mapas, relatos e um videodocumentário que acaba de ser disponibilizado no canal do Iphan no YouTube. Os povos guarani foram fundamentais para a preservação dos vestígios da canoa Ygá-Mirî e demais resquícios arqueológicos até que o projeto de resgate fosse viabilizado. Eles acompanharam todo o processo e trabalharam com as equipes de campo.

“As Ava-Guarani lutam pelo seu modo de viver. É preciso mostrar para os outros que ainda estamos aqui”, afirma o rezador guarani Tekoha Y’Hovy no documentário “Ygá Mirî – Resgate emergencial de canoa localizada no sítio arqueológico Ciudad Real del Guayrá”. 

O Sítio Arqueológico representa um importante capítulo da história da conquista ibérica da América Meridional, Patrimônio Cultural reconhecido pelo Estado do Paraná pelo tombamento em 2007.

Os remanescentes arqueológicos localizados na margem esquerda do Rio Paraná e imediatamente ao sul da foz do seu afluente, rio Piquiri, pertencem à Ciudad Real del Guaira, fundada no ano de 1557. A destruição de Cidade Real, entre outros assentamentos de posse da coroa espanhola, culmina com as bandeiras paulistas durante os anos de 1631 e 1632.

Essa região somente retornaria a ser explorada pelos portugueses em expedições de reconhecimento entre os anos de 1768 e 1774, quando se procedeu ao registro da localização das "ruínas" de Cidade Real de Guairá. Hoje um dos principais indícios são os fragmentos de paredes e muros, em extensas áreas, caracterizados por taludes. A maior parte do material arqueológico ainda permanece preservada abaixo da superfície do solo, configurando grande oportunidade de pesquisa.

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