De copeira a secretária: a história de uma profissional em busca da excelência no Estado

Um dos melhores exemplos de ascensão profissional na administração estadual pode ser mostrado pela história de Vera Morais. Atualmente, ela ocupa a função de secretária da superintendente executiva do Paranacidade, Camila Scucato Mileke.
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22/03/2023 - 08:40
Editoria

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O Paranacidade, além de ser um reduto de mulheres que atuam na área de exatas, é também um celeiro de bons exemplos. Um dos melhores pode ser descrito pela história de Vera Morais. Ela começou a carreira como copeira e atualmente ocupa a função de secretária da superintendente executiva do serviço social, Camila Scucato Mileke, e do Conselho de Administração do Paranacidade, colegiado mais importante do órgão.

Vera iniciou a história profissional na Fundação de Assistência aos Municípios do Paraná (Famepar) como profissional de atendimento e cuidados da copa, aos 18 anos. Ficou cinco anos servindo café, chás, atendendo políticos, visitantes e os funcionários. Algum tempo depois, ela se submeteu a um concurso seletivo e passou. Em 1997, entrou na administração estadual mais uma vez como copeira, mas no Paranacidade, de maneira defininitva. No ano seguinte, passou a ser telefonista.

Essa fase que é um pouco da faceta do Brasil revela também parte de sua personalidade sonhadora. Na época em que Lubomir Ficinski foi secretário e superintendente do Paranacidade, representantes do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) estavam sempre na Paraná em busca de parcerias – o Paraná viria a estabelecer com a instituição o Paraná Urbano, grande programa de obras nas cidades.

Para dar conta do inglês, ele contratou uma escola de línguas para que todos os funcionários aprendessem o idioma, mas Vera trabalhava na telefonista e não foi agraciada com o benefício, o que deu início a uma breve revolução.

Vera foi reclamar isonomia junto ao coordenador administrativo da época e ele pediu que ela fizesse um teste de inglês em separado para encontrar o nível ideal. O resultado foi tão bom que ela foi aprovada, entrou para o nível médio e passou a se especializar na língua. Vera estudou três anos de inglês e surpreendia aos visitantes com "coffees and talks".

Com ampla experiência na área, também era chamada para fechar pequenos buracos administrativos que surgiam e passou a cuidar da recepção da Diretoria Administrativa e Financeira, onde são aprovados os recursos para investimentos nos municípios.

Em 2013 surgiu uma oportunidade de substituir uma secretária em férias. Na época havia reuniões diárias entre diversos órgãos e empresas para uma tentativa de não permitir o fim da Rede Integrada de Transportes (RIT) da Região Metropolitana de Curitiba, o que movimentava os corredores do Poder Executivo. O secretário de Desenvolvimento Urbano era o atual governador Ratinho Junior.

Vera ocupava a recepção, ficava no prédio até o último adeus e chamou a atenção do governador pela habilidade com as pessoas e as burocracias (e tudo em inglês, se precisasse). Ela contou das idas e vidas, dos trabalhos tampões, dos anos com o café e se transformou em secretária da Diretoria Operacional do Paranacidade, uma promoção inesperada. Deveria ficar lá por cinco meses, mas ficou cinco anos, o que parecia altamente improvável para alguém que começou como aos 18 anos na primeira porta de entrada.

Ela se especializou, se formou em Gestão Pública pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atualmente está há dez anos em funções mais estratégicas, ajudando a organizar o frenesi do Paranacidade, e diz que ama o que faz. “O meu sonho, desde que tinha 10 anos e vi esses prédios do Centro Cívico pela primeira vez, era trabalhar como funcionária pública, prestando um papel para a sociedade. Eu construí a minha vida com o resultado de meu trabalho neste lugar”, assegura.

Hoje em dia, 25 anos depois, Vera olha para o passado com a leveza do dever feito. Ela continua trabalhando no Paranacidade em defesa dos recursos de investimentos e tem dois irmãos, um deles com câncer, de quem ela cuida depois de perder a mãe e uma irmã para a mesma doença.

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