Curitiba fecha 2021 com mais chuvas, mas ainda abaixo da média histórica

Acumulado em 2021 ficou em 1.091 milímetros (mm), ainda abaixo da média histórica, de 1.416,6 mm, mas com indicadores mais próximos da realidade. O volume dos reservatórios que abastecem a cidade aponta para 67,82% atualmente.
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04/01/2022 - 10:30
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Aos poucos a chuva volta a fazer as pazes com Curitiba. Após uma severa estiagem, que culminou com a formalização da situação de emergência hídrica por parte do Governo do Estado em maio de 2020, a cidade dá sinais de caminhar para um estágio de normalidade. O acumulado em 2021 ficou em 1.091 milímetros (mm), ainda abaixo da média histórica, de 1.416,6 mm, mas com indicadores mais próximos da realidade.

Os níveis das barragens que abastecem a população da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), por exemplo, subiram consideravelmente. Se no período mais crítico da seca, em meados de 2020, o volume médio dos reservatórios chegou a bater na casa dos 30%, atualmente aponta para 67,65% – Iraí (64,95%), Passaúna (58,96%), Piraquara 1 (75,82%) e Piraquara 2 (86,38%), de acordo com a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná).

A Capital superou a média histórica de chuvas em quatro oportunidades no ano passado – janeiro (+9%), maio (+39%), agosto (+26%) e outubro (+7,5%). Em outros três meses ficou bem próximo ao ideal – março (84%), junho (89%) e dezembro (94%). O levantamento é do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

A ajuda do céu contou com duas ações importantes do Estado e da sociedade. Por parte da Sanepar, com a implementação do rodízio no abastecimento que, em alguns momentos, foi mais rígido – atualmente o modelo em vigor é de 60 horas com água e interrupção de 36 horas, processo retomado nesta terça-feira (04) após a suspensão a partir de 23 de dezembro para as celebrações de fim de ano.

Além disso, destacou o presidente da companhia, Claudio Stabile, a adoção de medidas preventivas por parte da população, que priorizou o uso racional da água durante todo o período. “Observamos que medidas importantes como o reaproveitamento da água utilizada na máquina de lavar para a limpeza da casa, da área externa ou de calçadas, passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, o que ajudou muito”, disse.

A Sanepar alerta, contudo, que apesar do cenário mais favorável, o Paraná segue em calamidade hídrica – em dezembro choveu muito pouco na parte Oeste do Estado. Por isso, reforça o pedido para o uso correto da água, sem desperdícios, com priorização da alimentação e higiene pessoal.

A orientação para redução do consumo também faz parte do Decreto n. 9.989, de 22 de dezembro, que ampliou a condição de emergência hídrica para todo o Estado. O documento também diz que é necessário priorizar a água para o abastecimento público, em detrimento a outros usos.

INVESTIMENTO – O Governo do Estado busca alternativas para poder enfrentar a estiagem, investindo em novas ações com foco na melhoria do abastecimento de água em todo o Paraná. Na RMC, por exemplo, destaque para a construção da Barragem Miringuava, em São José dos Pinhais. Os investimentos da Sanepar no reservatório giram em torno de R$ 160 milhões. O equipamento terá capacidade de reservação de 38 bilhões de litros de água, o que garantirá produção de 2 mil litros de água por segundo. A conclusão das obras depende agora das condições climáticas.

Outra medida é a transposição de água do Rio Capivari, em Colombo, até a Barragem do Iraí, dentro do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC). Prevista inicialmente para 2025, foi concluída em outubro com previsão, acrescentando cerca de 700 litros de água por segundo ao sistema.

Acompanhe mês a mês o quantitativo de chuvas em Curitiba:

*JANEIRO

Volume do mês: 194,6 mm

Média histórica: 178,5 mm

Percentual: +9%

FEVEREIRO

Volume do mês: 78,2 mm

Média histórica: 147,9 mm

Percentual: 52,8% do previsto

MARÇO

Volume do mês: 107,6 mm

Média histórica: 128,1 mm

Percentual: 84% do previsto

ABRIL

Volume do mês: 8,8 mm

Média histórica: 81,6 mm

Percentual: 10,7% do previsto

*MAIO

Volume do mês: 116 mm

Média histórica: 83,5 mm

Percentual: +39%

JUNHO

Volume do mês: 96,4 mm

Média histórica: 108,1 mm

Percentual: 89% do previsto

JULHO

Volume do mês: 14,6 mm

Média histórica: 92,4 mm

Percentual: 15,8% do previsto

*AGOSTO

Volume do mês: 104,4 mm

Média histórica: 82,7 mm

Percentual: +26%.

SETEMBRO

Volume do mês: 53 mm

Média histórica: 123,1 mm

Percentual: 43% do previsto

*OUTUBRO

Volume do mês: 161,2 mm

Média histórica: 150 mm

Percentual: +7,5%.

NOVEMBRO

Volume do mês: 36,2 mm

Média histórica: 113,7 mm

Percentual: 31,8% do previsto

DEZEMBRO

Volume no mês: 120 mm

Média histórica: 127 mm

Percentual: 94% do previsto

TOTAL

Volume do ano: 1.091 mm

Volume histórico: 1.416,6 mm

Média do ano: 90,9 mm

Média histórica anual: 118 mm

Percentual: 77% do previsto

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    Curitiba fecha o ano com mais chuvas, mas ainda abaixo da média histórica.
    Foto: José Fernando Ogura/AEN
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    Curitiba fecha o ano com mais chuvas, mas ainda abaixo da média histórica.
    Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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    Chuva em Curitiba. 03/2019 - Foto: Gilson Abreu/ANPr
    Foto: Gilson Abreu/AEN
    Chuva em Curitiba. 03/2019 - Foto: Gilson Abreu/ANPr
    Foto: Gilson Abreu/AEN
    Curitiba fecha o ano com mais chuvas, mas ainda abaixo da média histórica
    Curitiba fecha o ano com mais chuvas, mas ainda abaixo da média histórica.
    Foto: Gilson Abreu/AEN
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