Corrida do Fogo: bombeiros do Paraná encaram desafio solidário neste sábado

Neste ano, a corrida será noturna reunirá 1.350 participantes e tem um ingrediente especial: o evento vai valorizar e celebrar a inclusão com a participação de 13 pessoas com deficiência, que correrão em triciclos conduzidos por bombeiros fardados.
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22/11/2023 - 11:00

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Os bombeiros militares do Paraná participam neste sábado (25), em Curitiba, da 5ª Corrida do Fogo, evento que busca estimular a prática esportiva e a confraternização entre a instituição e a comunidade. Neste ano, pela primeira vez, a corrida será noturna. Os 1.350 participantes inscritos, bombeiros e pessoas da comunidade, irão competir em provas de 5 km e 10 km, com largada às 21 horas e percursos nos bairros Portão e Água Verde.

Nesta edição, a Corrida do Fogo ganha um ingrediente especial. Mais do que as passadas ritmadas e o suor em busca da linha de chegada, o evento vai valorizar e celebrar a inclusão. Durante a prova, 13 pessoas, a maior parte crianças com algum tipo de deficiência, vão poder participar em triciclos de corrida, conduzidos por bombeiros militares fardados que treinaram especificamente para essa missão.

O desafio dos competidores é tão grande quanto o simbolismo do ato. Um condutor, em condições normais, precisaria dar conta de cerca de 75 quilos extras durante o trajeto, representados pelo triciclo e seu ocupante. No caso dos voluntários do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, a missão envolve, ainda, o peso do traje: cerca de 20 kg. Eles vão participar da prova usando a roupa para combate a incêndio em edificações e um cilindro de ar comprimido nas costas.

A vestimenta, que inclui um capacete e pesa cerca de 15 kg, é chamada de equipamento de proteção individual (EPI); o cilindro, com peso em torno de 5 kg, é o equipamento de proteção respiratória (EPR). A escolha pelo tipo de traje foi para simbolizar a atividade pela qual os bombeiros são mais conhecidos: o combate a incêndios.

“Aceitei o desafio porque acredito na importância de unir esforços em causas que inspiram e motivam as pessoas a alcançarem seus sonhos”, comenta a cadete Vanessa Marochi da Costa, uma das condutoras da prova do próximo fim de semana. “Correr por outra pessoa adiciona uma camada extra de responsabilidade e pressão, mas isso é o que torna a experiência tão especial. É uma oportunidade de sair da zona de conforto, focar no bem-estar do meu parceiro de corrida, e provar que a solidariedade pode impulsionar a superação de limites”.

Incluir na programação essa corrida à parte, oriunda do Projeto Pernas Solidárias – movimento cujo objetivo é integrar pessoas com deficiência ao esporte –, foi uma iniciativa do  Centro de Educação Física e Desporto do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CEFID-CBMPR), que também organiza o evento. A mesma seção é a responsável por preparar os condutores para essa tarefa.

“Nossa missão é servir à população e o projeto solidário reforça esse comprometimento. Foi por isso que trouxemos para dentro da instituição o desafio de incluir a participação a pessoas com deficiência”, explica o chefe do CEFID-CBMPR, capitão Giovanni Raphael Ferreira. “A finalidade da Corrida do Fogo é aproximar a instituição da comunidade. Neste ano, em especial, em que completamos um ano de emancipação da Polícia Militar, o evento ajuda a valorizar a Corporação e reforçar seu caráter solidário”, acrescenta o capitão.

TREINAMENTOS  Os treinamentos começaram no início de outubro, duas vezes por semana, sendo uma hora de musculação específica para a atividade, e uma hora de corrida – primeiro, apenas com o EPI; a partir de novembro, já com o cilindro nas costas.

“A preparação tem sido intensa, mas extremamente gratificante, buscando acertar o melhor ritmo para a prova. Os treinamentos são desafiadores, tanto fisicamente quanto mentalmente. Queremos garantir que estejamos em nossa melhor forma para enfrentar a corrida com segurança e determinação”, revela a cadete.

O próprio manejo do veículo demanda conhecimentos para situações específicas, como subida ou descida. Mesmo com todo esse esforço de preparação, os bombeiros militares serão acompanhados por um corredor de apoio – profissional já acostumado com essa atribuição – para eventual revezamento durante os 5 km do percurso. Serão, assim, nove trios compostos por homens e quatro exclusivamente femininos.

“A gente tem batido muito na tecla de que não é momento para vaidade ou orgulho. Se cansar, reveza. É natural, é um esforço extenuante. Também não é para se preocupar em tentar manter um ritmo forte de competição. O mais importante de tudo é todos chegarem bem”, explica o capitão Giovanni, que ressalta, ainda, a importância da conexão da Corporação com esse público que naturalmente sofre uma dificuldade maior para os quesitos desportivos.

A estimativa é de que a missão seja concluída entre 40 e 50 minutos. "Tempo suficiente para promover a importância da solidariedade e da inclusão, valores inegociáveis para a Corporação, que está empenhada em fazer a sua parte em prol da sociedade", diz o capitão.

“Muito além de prestar o serviço de atendimento a emergências, o Corpo de Bombeiros tem como missão auxiliar no bem-estar da população, promovendo a inclusão, a empatia e o espírito de equipe”, destaca a cadete Marochi. “Esse pequeno gesto é uma das demonstrações de que a população pode contar conosco para superar toda e qualquer dificuldade; seremos o que for preciso para bem servir”.

PREMIAÇÃO – A Corrida do Fogo tem duração máxima prevista de 2 horas, percorrendo ruas dos bairros Portão e Água Verde. Serão premiados os vencedores das duas distâncias (5 km e 10 km) nas modalidades militar e comunidade, além dos primeiros colocados por faixa etária. A prova compõe o calendário de comemorações dos 111 anos do CBMPR, bem como do primeiro de emancipação da Polícia Militar, e tem coordenação técnica da Leme Esportes.

PERNAS SOLIDÁRIAS – O Pernas Solidárias é um projeto sem fins lucrativos que promove a inclusão de pessoas com deficiência na corrida de rua, sempre por meio do uso de triciclos adaptados, garantindo maior conforto e segurança aos participantes. A iniciativa nasceu em Joinville, Santa Catarina, há dez anos. Atualmente, está presente em cerca de 50 municípios brasileiros.

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