Atuação de bombeiros intensifica prevenção e diminui afogamentos na Costa Oeste

Afogamentos reduziram 10% em relação à temporada anterior. Mortes ocorreram em áreas não protegidas ou fora do horário de atuação de guarda-vidas. Houve aumento de 13% em orientações e de 19% em advertências.  
Publicação
24/02/2022 - 10:40

Confira o áudio desta notícia

O balanço do 3º Comando Regional de Bombeiros (3º CRBM) indica que, de 18 de dezembro de 2021 até a última segunda-feira (21/02), nas praias de água doce, rios e cachoeiras da Costa Oeste, houve nove óbitos por afogamento, todos em áreas não protegidas por guarda-vidas ou fora do horário de atuação destes profissionais. O número mostra uma redução de 10% em comparação com o mesmo período do verão passado e alerta para a importância de se banhar em áreas protegidas. 

A Costa Oeste inclui os municípios lindeiros ao Lago da Itaipu. O relatório aponta, ainda, que na região foram feitas 10.402 orientações e advertências nestas áreas. Em comparação com o mesmo período da temporada houve aumento de 13% e 19%, respectivamente.

O trabalho de prevenção é uma das prioridades dos guarda-vidas, mas de acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco, é importante a conscientização da população em relação aos perigos que ela própria pode evitar. 

“É importante salientar que as pessoas frequentem locais devidamente sinalizados com bandeiras e com a presença do guarda-vidas. Isso garante aos banhistas a segurança de que vai correr tudo bem nas suas férias e horários de descanso”, disse.  “Todas as mortes que registramos nesta temporada foram em locais não protegidos ou fora do horário de serviço dos nossos profissionais, uma conduta que pode ser evitada pelo cidadão”, aponta o coronel Vasco. 

INTENSIFICADA - O comandante do 3° Comando Regional de Bombeiros (3°CRBM), e coordenador das atividades dos bombeiros na região Oeste durante o verão, tenente-coronel Antônio Shinda, explica que a atuação foi intensificada desde o dia 18 de dezembro, por conta da crescente procura por lazer e banhos de rio.

Desde então, as equipes do Corpo de Bombeiros, por meio das unidades da região, têm atuado com todos os recursos disponíveis, como viaturas, embarcações e motos aquáticas, além de efetivo treinado para prestar atendimento nos rios, a fim de evitar afogamentos.

AFOGAMENTOS – Segundo o tenente-coronel Shinda, o perfil das vítimas de afogamentos é o homem jovem. Dos nove casos, apenas um foi em área protegida por guarda-vidas, porém a ocorrência foi em um horário após o encerramento das atividades do posto, na cidade de Santa Helena. 

“A vítima entrou em um local que tem profundidade de aproximadamente quatro metros. Logo que outros veranistas viram a situação, chamaram ajuda e os bombeiros rapidamente foram ao local, inclusive os que estavam de folga. O homem foi retirado da água e levado a um hospital, mas não resistiu e faleceu”, informa o tenente-coronel. “Sempre pedimos às pessoas que não entrem na água após o encerramento de nossos trabalhos e nem à noite”, completa. 

CAHOEIRAS - Nesta temporada, os bombeiros constataram a imprudência de pessoas ao entrar em cachoeiras, prática não recomendada pelos profissionais. “As bolhas da cachoeira pela queda de água não dão sustentação de natação, além de fazer uma sucção profunda, então fica muito difícil sair, principalmente se a cachoeira for muito alta. As pessoas entram nesses pontos de risco e a corredeira as arremessa contra as pedras, ou seja, é um ambiente extremamente perigoso. Entre os óbitos deste verão, dois foram em cachoeira”, pontua Shinda. 

SERVIÇOS DE PRAIA – Os atendimentos nas praias de água doce são preventivos, e feitos também pelo contato direto do guarda-vidas com o banhista por meio de orientações e advertências. As orientações são os casos em que o próprio cidadão busca informações junto ao bombeiro na areia, como condições da água, pontos permitidos para banho e cuidados gerais. Já as advertências ocorrem quando o guarda-vidas percebe uma pessoa em situação vulnerável na água e sinaliza com gestos ou avisos com apito para que ela volte à margem. 

Desde o início do verão até a segunda-feira, pelos registros do Comando Regional dos Bombeiros, houve 7.833 orientações, 922 a mais que no mesmo período de 2020, um aumento de 13%. O comparativo mostra, ainda, que foram feitas 2.869 advertências nesta temporada, contra 2.419 no mesmo período do ano anterior, um acréscimo de 19%. 

Os bombeiros militares atuaram com a distribuição de pulseirinhas de identificação e atenderam 33 ocorrências de incidentes com animais aquáticos, quase cinco vezes o quantitativo do mesmo período da temporada anterior, quando foram sete casos. 

OUTRAS OCORRÊNCIAS - O total de atendimentos de ocorrências (incluindo atendimentos pré-hospitalares, combate a incêndios, atendimento de acidentes de trânsito) passou de 1.350 para 1.611, um acréscimo de 19% no comparativo entre a atual temporada e a anterior.

O tenente-coronel Shinda explica que o aumento se deve à mudança do comportamento da população com o relaxamento das medidas sanitárias adotadas em função da pandemia de Covid-19. “Durante a pandemia houve redução em praticamente todos os traumas e agora, com a liberação gradativa da movimentação das pessoas na região, aumenta a exposição de risco na água e também os óbitos”, destaca.

GALERIA DE IMAGENS