Apoio do Estado muda a realidade de cooperativa familiar do Noroeste do Paraná

Beneficiada por linhas de crédito do BRDE e pelo programa Coopera Paraná, a Coacipar, de Paranavaí, ergueu uma planta industrial na cidade, avança no mercado interno com a marca própria de suco de laranja e chega a cada vez mais países na Europa a polpa da fruta.
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21/04/2022 - 12:10

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As ações do Governo do Estado, com suporte técnico e apoio financeiro, estão mudando a realidade das pequenas cooperativas e associações agrícolas do Paraná. É o caso da Cooperativa de Agricultura Familiar e Solidária do Paraná (Coacipar), de Paranavaí. Beneficiada por linhas de crédito do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e pelo Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná), ergueu uma planta industrial na cidade, avança no mercado interno com a marca própria de suco de laranja, a Jui Citrus, e chega a cada vez mais países na Europa com os galões de polpa da fruta.

Em passagem pela região Noroeste, o governador Carlos Massa Ratinho Junior visitou a sede da empresa nesta quarta-feira (20). “O Coopera Paraná ajudou essa cooperativa familiar a crescer, a industrializar seu produto. Ao invés de apenas vender a laranja na feira, eles podem agora comercializar o suco, agregando valor ao produto final. Com isso, geram emprego e renda para a região toda e levam o nome do Paraná para o mundo todo”, afirmou.

A Coacipar é formada por 56 cooperados. Conta com 45 funcionários durante a maior parte do ano. Número que salta para mais de 120 no período da colheita. Graças à conquista de diferentes selos internacionais, a associação tem a exportação como principal atividade. Foram 500 toneladas de polpa de laranja no ano passado.

“A Suíça é um dos nossos principais mercados. Por causa das chancelas de qualidade, nossa laranja tem de ser toda rastreada. Por meio de um processo de vaporização, tiramos toda a água do suco. O que sobra é a polpa, 100% integral. Esse processo nos permite vender mais caro o produto final justamente em razão da qualidade”, contou o presidente da cooperativa, Ederson Colussi.

“Enquanto isso, com o suco tradicional, queremos chegar a cada vez mais estados do País. Hoje estamos avançando no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul”, acrescentou.

Ele explicou que o primeiro contrato com o Coopera Paraná, de R$ 380 mil, ajudou a renovar o maquinário. Processo que terá continuidade neste ano com um novo acordo, de valor semelhante, que está em fase final de conclusão. O Estado colaborou ainda, por meio do BRDE, com a construção da planta industrial da fabricante de sucos, finalizada em 2020.

“São projetos muito importantes do Governo do Estado, que nos ajudaram e estão nos ajudando a crescer, desenvolver. Queremos continuar com a parceria porque quem ganha com isso é o Paraná”, destacou Colussi.

COOPERA – O programa Coopera Paraná, organizado e coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), tem, entre seus objetivos, o fortalecimento das organizações da agricultura familiar para se tornarem cada vez mais instrumentos de melhoria da competitividade e da renda. Ele prioriza ações de assistência técnico-gerencial, capacitação de dirigentes, técnicos e quadro social, e promoção à comercialização e acesso a mercados. Os trabalhos são realizados em parceria entre órgãos públicos e privados.

O apoio financeiro também faz parte do Coopera Paraná. O edital publicado no ano passado, por exemplo, previu limite mínimo de R$ 100 mil e máximo de R$ 250 mil por projeto apresentado por associação e de R$ 100 mil a R$ 600 mil por cooperativa da agricultura familiar. Aquelas que foram apoiadas no primeiro edital, de 2019, puderam receber apoio complementar até o limite de R$ 600 mil para as associações, enquanto as cooperativas podem receber apoio até R$ 800 mil, como é o caso da Coacipar.

“O Estado possui quase 200 pequenas cooperativas e dezenas de associações que nasceram em torno de um propósito comum e que precisam de capital para a execução de sua finalidade. Por isso lançamos esse programa, para oferecer créditos para o setor de forma gratuita”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “É nossa missão ajudar a se tornarem atores no processo de construção de um Estado capaz de gerar renda e empregos”.

O recurso é transferido diretamente para as entidades beneficiárias. “A gente prefere que a maior parte seja investida em recolhimento, processamento e agregação de valor”, afirmou o secretário. “Para levar o dinheiro é preciso fazer uma boa proposta, mas também quem privilegia a produção agroecológica e orgânica e quem tem em vista a inclusão de jovens, mulheres, indígenas e quilombolas pode ter um diferencial no momento de classificação do projeto”.

Há critérios a serem obedecidos para avançar no Coopera Paraná. Para que os projetos de negócios sejam considerados aptos precisam, entre outras exigências, envolver no mínimo 20 agricultores e as entidades que os representam ter pelo menos 50% mais um dos associados ou cooperados enquadrados na categoria de agricultores familiares. Em relação à matéria-prima, também há necessidade de 50% a ser processada ter origem nas entidades.

Depois de analisados os projetos, os recursos são liberados com a assinatura de termos de fomento. A partir daí, é possível, entre outras ações, implantar, ampliar ou fazer reformas em construção civil, comprar câmaras frias, máquinas, cozinhas, ou aplicar em equipamentos capazes de agregar valor ao produto. Posteriormente, cada uma das entidades beneficiadas presta contas do uso dos recursos aos órgãos de controle.

O primeiro edital, lançado em 2019 e com início de aplicação em 2020, destinou R$ 30 milhões como apoio às cooperativas e associações. Em 2021/2022 estão sendo destinados mais R$ 31,5 milhões. “É por meio da agricultura e do pequeno agricultor que o Paraná avança e dá certo”, ressaltou Ratinho Junior.

PRESENÇAS – Participaram da visita o chefe de gabinete da Governadoria, Darlan Scalco; e os deputados estaduais Tião Medeiros, Soldado Adriano José, Márcio Nunes e Luiz Cláudio Romanelli.

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