Com influência direta na cadeia de produção leiteira, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) garante a sanidade e qualidade de cada um dos 477 queijos inscritos na segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que acontece nos dias 29 e 30 de maio, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.
O objetivo do evento é destacar a variedade e qualidade dos queijos artesanais e industriais produzidos no Estado, além de fortalecer a cadeia produtiva dos municípios envolvidos. E por trás dos bastidores, a Adapar garante que medidas de biossegurança sejam tomadas desde a criação do gado leiteiro até a produção industrial do queijo.
107 produtores de 76 municípios paranaenses inscreveram seus produtos. Ao todo, são 477 queijos nas 21 categorias de avaliação, que englobam queijos produzidos à base de leite de vaca, de cabra, de ovelha e de búfala, além de criações inovadoras, que utilizam ingredientes exóticos, como ervas doces.
O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destaca a contribuição da agência para a realização do prêmio. "Ao trabalhar com a produção de leites e queijos surge a questão da inocuidade dos alimentos e com as boas práticas na fabricação, combatendo zoonoses como a brucelose e tuberculose”, explica o gestor.
Ele também destaca a contribuição da agência para as pessoas que fazem parte da cadeia produtiva. “Durante o prêmio, os produtores também vão receber da Adapar uma certificação que atesta que o produto deles é livre das zoonoses, o que é uma garantia não só para o consumidor, mas para as famílias que trabalham nas propriedades de que os seus animais são sadios, e não representam perigo para o humano", esclarece.
SUSAF-PR – Os queijos inscritos no prêmio são produzidos em agroindústrias paranaenses e, se produzidos fora da região de Curitiba, devem ter o selo do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR).
Criado por lei em 2013 e regulamentado em 2020, o Susaf-PR é destinado especialmente à agroindústria familiar e de pequeno porte. O selo permite que esses produtos sejam comercializados em todo o Estado, desde que os estabelecimentos sejam registrados no Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e sigam as normas de segurança estabelecidas.
Os estabelecimentos interessados em obter o selo devem seguir os programas de autocontrole, como limpeza, desinfecção e higiene, hábitos higiênicos e saúde dos manipuladores. Além disso, são exigidos a manutenção das instalações e equipamentos, controle de potabilidade de água, seleção de matérias-primas, ingredientes e embalagens, controle de pragas e vetores e controle de temperatura. Também devem contratar profissional habilitado para a industrialização e conservação dos produtos.
O selo pode ser concedido aos municípios ou consórcios intermunicipais que apresentem como atribuição o serviço de inspeção e que ele seja estruturado, garantindo que o produto é de qualidade. Em todo o Paraná, 184 municípios já aderiram ao sistema e certificaram 121 estabelecimentos.
A chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal e Vegetal da Adapar, Mariza Koloda, destaca a importância do selo Susaf-PR para as agroindústrias paranaenses. “Uma agroindústria indicada ao Susaf potencializa seu negócio, pois ultrapassa dos limites de comercialização municipais e pode chegar aos 11 milhões de habitantes do Paraná, ou seja, uma agroindústria localizada no interior consegue comercializar para Curitiba e vice-versa. Isso incentiva o pequeno empreendedor a investir mais em seu estabelecimento”, explica.
A médica veterinária também destaca as ações do Estado para os municípios que aderem ao sistema. “Eles têm a sua estrutura melhorada e treinamentos oferecidos pelo Estado, e esse crescimento dos serviços de inspeção municipais é transmitido como auxílio às agroindústrias, amparadas pelo serviço de inspeção”, finaliza a gestora.
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AÇÕES DA ADAPAR – Outro impacto direto das ações da Adapar é o acompanhamento feito por meio da fiscalização nas indústrias leiteiras e queijeiras no território paranaense. Os fiscais de defesa agropecuária vão até os locais de produção, inspecionam as condições nas quais os produtos são feitos, considerando todas as medidas de segurança e sanidade.
Além disso, é feito o acompanhamento dos animais que produzem o leite, matéria-prima essencial na confecção de qualquer queijo. Os produtores devem assegurar o cadastro dos rebanhos, que além de proporcionar a Guia de Transporte Animal (GTA), documento necessário para o transporte de rebanhos, também facilita a rastreabilidade.
Esse controle contribui para a manutenção da saúde dos animais, identificação de possíveis focos de doenças, controle e combate da brucelose e tuberculose, doenças que influenciam diretamente na sanidade dos produtos.
O chefe do departamento de saúde animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, destaca a atuação da autarquia de forma estratégica em toda a cadeia produtiva, desde a vigilância nas propriedades rurais até a inspeção nos estabelecimentos industriais. “Medidas de prevenção e o controle de zoonoses como a brucelose e a tuberculose garantem que o leite utilizado na produção esteja livre de riscos sanitários e esse trabalho contínuo é o que permite que os produtos como os queijos artesanais e industriais alcancem um alto padrão de qualidade e reconhecimento nacional”, salienta.