Vale do Ribeira busca reconhecimento como área livre de cancro cítrico

25/10/2022
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Adapar, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão intensificando as ações de vigilância fitossanitária, tanto no trânsito agropecuário de produtos vegetais quanto nas plantações de frutas cítricas, na região do Vale do Ribeira, com vistas ao reconhecimento como Área Livre de Praga – Cancro Cítrico. A conquista irá possibilitar a ampliação de mercado para os frutos, que têm características diferenciadas de sabor. A região, composta por 22 municípios da URS, Unidade Regional de Sanidade Agropecuária de Curitiba, e nove da URS de Paranaguá, não registra ocorrências de cancro cítrico e de Huanglongbing ou ‘greening’, duas das principais pragas quarentenárias que afetam a citricultura. As pragas quarentenárias apresentam potencial risco econômico, em vista de não estarem ainda presentes ou, se estiverem, não se encontrarem distribuídas em toda a extensão e nem serem oficialmente controladas. Elas impõem restrições no trânsito de frutos e materiais propagativos, além de limitar o comércio. Portanto, a introdução dessas pragas pode ser uma grande ameaça em polos citrícolas. A citricultura é uma atividade com grande importância socioeconômica no Vale do Ribeira, pois é explorada predominantemente pela agricultura familiar e em uma das regiões com IDH mais baixo do Estado. O histórico de produção de citros ali remonta há aproximadamente 100 anos, incluindo cultivo de tangerinas, laranjas, limas ácidas e limões. Entretanto, diversos fatores, como adaptação de cultivares, adoção de práticas culturais, mercado e condições socioeconômicas levaram ao cenário atual, em que mais de 90% da área de cultivo de citros são de tangerinas, sobretudo a ponkan, que, pelas características particulares, têm crescente demanda por parte do mercado consumidor. Se houver o reconhecimento de Área Livre de Praga – Cancro Cítrico, o Vale do Ribeira poderá enviar seus frutos para fora do Estado sem a necessidade de adoção das medidas exigidas pelo Sistema de Mitigação de Riscos, como a higienização dos frutos em Unidade de Consolidação. Por ser uma região de baixo IDH, os citricultores podem ter muitas dificuldades para implantar as unidades para realizar a higienização no local. A produção de tangerina em Área Livre de Praga – Cancro Cítrico tem outros benefícios para os produtores. A certificação possibilita a colheita no ponto de maturação, pois, no caso de necessitar de higienização, a fruta precisa ser retirada mais verde para aguentar o processo sem sofrer danos e teria menos tempo para ficar exposta para venda. O citricultor também tem menos custo para produção, por não precisar arcar com as despesas e obrigações previstas no Sistema de Mitigação de Riscos. Mais detalhes acesse o site www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)