Universidade Estadual do Oeste do Paraná forma a primeira estudante de Medicina com tetraparesia do Brasil
05/04/2022
O olhar ganhou significados inéditos para Elaine Luzia dos Santos, 33 anos, estudante de Medicina da Unioeste, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, após um AVC, Acidente Vascular Cerebral, que acarretou na perda dos movimentos e da fala, uma condição de tetraparesia. Agora, Elaine se comunica com professores, colegas da turma, pacientes, familiares e amigos praticamente com o olhar. É a primeira pessoa com tetraparesia a cursar Medicina no Brasil. Em 2012, quando ingressou no curso de Medicina no campus de Cascavel, Elaine já era formada em Farmácia pela mesma instituição estadual. Durante a graduação, além das aulas curriculares, a estudante fazia parte de um grupo de pesquisa coordenado pelo professor e doutor Allan Araujo, coordenador do curso de Medicina. Além disso, pleiteava uma vaga no programa de Mestrado em Biociência da Unioeste. No entanto, no terceiro ano, em novembro de 2014, a estudante sofreu esse AVC, que levou a tetraparesia. Mesmo com todas as dificuldades, ela não perdeu a disposição para ir atrás dos sonhos, enfrentou e se adaptou à nova realidade. Enquanto ainda estava na UTI, a estudante recebeu a visita de um colega de turma, que apresentou uma ferramenta chamada “prancha alfabética”, que possibilitaria que ela falasse e se expressasse, sem nem mesmo utilizar as cordas vocais. A ferramenta consiste em uma tabela, dividida em cinco linhas, cada uma contendo um grupo de letras. Para formar as palavras e frases, Elaine pisca quando a intérprete diz a letra necessária para a construção daquilo que quer comunicar. O modelo original da ferramenta sofreu algumas alterações para otimizar o uso e facilitar a comunicação do cotidiano. O retorno às atividades acadêmicas, em setembro de 2015, não foi uma tarefa fácil. A Unioeste, por meio do Programa de Educação Especial, acompanhou todo o processo. Elaine vai ser a primeira médica do Brasil a se formar com a condição física que apresenta. De acordo com o coordenador do curso de Medicina, o colegiado buscou experiências de outras universidades em situações semelhantes. //SONORA ALLAN ARAUJO//
A fim de se adaptar para as necessidades apresentadas por Elaine, o curso buscou a Assessoria Jurídica para entender os procedimentos legais e as legislações que deveriam ser cumpridas a fim de formar a estudante, que sempre fez questão de participar de todas as atividades acadêmicas, tanto as de cunho teórico, como prático, conforme contou Araújo. //SONORA ALLAN ARAUJO//
Para atender a estudante nas aulas online e presenciais, nos atendimentos dentro do Hospital Universitário do Oeste do Paraná e nas visitas aos pacientes, a Unioeste disponibiliza docentes de atendimento educacional especializado. Mesmo durante o período da pandemia ela optou por continuar as atividades no hospital. O colegiado ficou muito preocupado com a situação da estudante, que faz parte do grupo de risco e teria que desenvolver atividades dentro de um hospital cheio de pacientes. Entretanto, mais uma vez, a acadêmica não se deixou vencer. Com a colação de grau marcada para maio, a estudante já escolheu a área em que vai se especializar e que se vê atuando no futuro, em radiologia, na produção de laudos médicos. (Repórter: Felippe Salles)
A fim de se adaptar para as necessidades apresentadas por Elaine, o curso buscou a Assessoria Jurídica para entender os procedimentos legais e as legislações que deveriam ser cumpridas a fim de formar a estudante, que sempre fez questão de participar de todas as atividades acadêmicas, tanto as de cunho teórico, como prático, conforme contou Araújo. //SONORA ALLAN ARAUJO//
Para atender a estudante nas aulas online e presenciais, nos atendimentos dentro do Hospital Universitário do Oeste do Paraná e nas visitas aos pacientes, a Unioeste disponibiliza docentes de atendimento educacional especializado. Mesmo durante o período da pandemia ela optou por continuar as atividades no hospital. O colegiado ficou muito preocupado com a situação da estudante, que faz parte do grupo de risco e teria que desenvolver atividades dentro de um hospital cheio de pacientes. Entretanto, mais uma vez, a acadêmica não se deixou vencer. Com a colação de grau marcada para maio, a estudante já escolheu a área em que vai se especializar e que se vê atuando no futuro, em radiologia, na produção de laudos médicos. (Repórter: Felippe Salles)