Testes rápidos para diagnóstico da hanseníase são distribuídos para todo Paraná
08/05/2023
A Secretaria de Estado da Saúde distribuiu mil 430 testes rápidos para detecção da hanseníase às 22 regionais de saúde. Eles irão apoiar a Atenção Primária à Saúde na vigilância às pessoas que estiveram em contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o primeiro país no mundo a ofertar insumos para detecção da doença na rede pública. Os testes são disponibilizados aos municípios conforme a demanda. Os profissionais responsáveis em disponibilizar esta ferramenta aos municípios participaram de capacitações no Laboratório Central do Estado, Vigilância Epidemiológica e Atenção à Saúde, para identificar os casos elegíveis para os testes quando novos casos da hanseníase forem notificados. A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida por bactéria e sua contaminação ocorre por via respiratória, em gotículas de saliva expelidas durante a fala, espirro ou tosse. Para adquirir a doença, é necessário contato próximo e prolongado com doente não tratado. É uma doença silenciosa, cujo período de incubação é longo, e pode levar até 10 anos para se manifestar. Entre os primeiros sintomas estão as manchas pelo corpo com alteração ou perda de sensibilidade local, fraqueza e dores nas articulações de braços, pernas, mãos e pés, nódulos e ressecamento da pele. A doença tem alto poder incapacitante, trazendo estigma e discriminação às pessoas acometidas. O tratamento, que é disponibilizado gratuitamente pelo SUS, tem duração de 6 a 12 meses, podendo ser prolongado em casos mais avançados. O método utilizado é a poliquimioterapia, composto por três antibióticos e quanto antes for iniciado menores são as chances de agravamento. O uso do medicamento, além de curar a doença, interrompe a transmissão e previne as incapacidades físicas. No Paraná, o atendimento especializado, quando há necessidade de encaminhamento da Atenção Primária à Saúde, pode ser no Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Hoje, sob gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde a instituição é referência em dermatologia e feridas com oferta de serviços de consultas especializadas e equipe multiprofissional. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil está em primeiro lugar no mundo em incidência de hanseníase e em segundo em número absoluto de casos, atrás apenas da Índia, que tem mais de um bilhão de habitantes. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, em 2022 foram diagnosticados no Paraná 374 novos casos. Em 2023, já são 101 novos diagnósticos e 709 pacientes estão em tratamento no Estado. O Plano Estratégico Estadual de Controle da Hanseníase prevê ações integradas entre Vigilância e Atenção à Saúde que, apoiadas pela assistência farmacêutica, laboratorial e de promoção da saúde, coordenam o trabalho de enfrentamento da doença no Paraná. (Repórter: Nathália Gonçalves)