Projeto da UEM usa horticultura para ressocializar dependentes químicos no Noroeste do Paraná

30/11/2020
A Universidade Estadual de Maringá está desenvolvendo um projeto de capacitação em horticultura para pessoas em situação de rua e pacientes em tratamento de dependência química no Noroeste do Estado. O objetivo da UEM é promover a ressocialização por meio da laborterapia, também chamada de terapia ocupacional, uma técnica psicoterapêutica que usa o trabalho para afastar os problemas causados pela falta de ocupação. A iniciativa foi contemplada com aporte financeiro de mais de 185 mil reais, oriundos do Fundo Paraná, que apoia o desenvolvimento científico e tecnológico, com o financiamento de programas e projetos de pesquisas institucionais. Esses recursos foram utilizados para o pagamento de bolsas de estudantes selecionados para as atividades práticas. De acordo com Gisele Onuki, coordenadora de Ensino Superior da Superintendência Geral de Ciência, tecnologia e Ensino Superior, esse tipo de projeto promove a interação transformadora entre a universidade e a sociedade e, também, enriquece a aprendizagem dos estudantes ao associar o conhecimento ao exercício da cidadania, dos direitos humanos e do compromisso social.// SONORA GISELE ONUKI.//

Dentro do projeto considerado piloto, as atividades são desenvolvidas nas proximidades da Fazenda Experimental da UEM, nas chácaras Coração Eucarístico de Jesus e Recanto Mundo Jovens, ambas localizadas no Distrito de Iguatemi, na zona rural de Maringá. Uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Paraná, por meio da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas de Maringá, e a Amecom, Associação dos Moradores Ecologicamente Corretos de Maringá, possibilitou a instalação de duas estufas, ou casas-de-vegetação, para as práticas agrícolas voltadas à horticultura. Doutor em Agronomia e responsável pela coordenação do projeto, o professor da UEM José Gilberto Catunda Sales explicou que as pessoas assistidas recebem orientação sobre montagem, plantio e desenvolvimento de culturas de diversas espécies hortícolas e arbóreas, além de cursos sobre máquinas e implementos agrícolas.// SONORA JOSÉ GILBERTO.//

O projeto reúne cinco estudantes de graduação em Agronomia da UEM, sob a orientação de três professores do Centro de Ciências Agrárias da instituição. Três vezes por semana, eles se deslocam às chácaras para ensinar as técnicas e definir as tarefas a serem executadas no dia a dia pelos participantes. Até o momento, a ação já alcançou, diretamente, cerca de 350 pessoas, que se dedicam a cavar a terra, plantar as mudas, regar e irrigar as plantas e cuidar da horta. A UEM pretende iniciar uma nova fase do projeto após a pandemia do novo coronavírus. O intuito é estender a participação a estudantes e professores de outros cursos, como Psicologia, Odontologia, Enfermagem e Medicina, para propiciar orientações básicas de prevenção à saúde física, bucal e mental do público assistido, contribuindo ainda mais para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Também há possibilidade de ampliação das cadeias produtivas, a exemplo da produção de flores, com expectativa de geração de renda para essa parcela da população. Além disso, a universidade articula parcerias com órgãos governamentais de fomento rural e de expansão da base de agroecologia para a produção de alimentos de qualidade, como o IDR-Paraná, Instituto de Desenvolvimento Rural Iapar-Emater. Outros detalhes podem ser conferidos em xoops.celepar.parana/migracao/secs_aenoticias. (Repórter: Wyllian Soppa)