Polo das malhas de Imbituva se reinventa e mantém vendas na pandemia

18/12/2020
A crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus obrigou o polo de malhas de Imbituva, na Região Centro-Sul do Paraná, a se reinventar. O vírus forçou as fábricas de blusas, jaquetas e casacos de tricô a paralisarem a produção, as lojas a baixarem as portas e os clientes fiéis a desistirem das compras. A doença fez com que a Feira das Malhas, principal impulsionador de vendas e sucesso de público e renda, fosse cancelada.

O contexto, porém, atiçou a criatividade dos empresários das 17 malharias que formam a Associação das Malharias de Imbituva, a Imbitumalhas.

O setor industrial de confecção, têxtil e artefatos em couro, de acordo com dados da Fiep, a Federação das Indústrias do Paraná, é composto por 4.738 empresas e gera quase 66 mil empregos. É o terceiro segmento da indústria do Paraná em geração de empregos, perdendo apenas para o ramo alimentício e da construção civil.

Proprietário da Malhas Charme, Douglas Vicente Penteado conta que precisou de dez dias para pensar no que fazer logo que a pandemia estourou no Paraná, em março. Reflexão necessária em busca de novos horizontes que garantissem a manutenção do quadro funcional, composto por 15 pessoas divididas nas diferentes etapas do processo produtivo.

A primeira medida foi inverter a lógica. Se os consumidores não podiam chegar até a malharia, o jeito era alcançar os clientes usando a tecnologia como aliada. Douglas destaca que com mensagens carregando o catálogo virtual da loja por meio de aplicativos, ajudou a desencalhar o estoque de peças temporal feito especialmente para a Feira das Malhas que não existiu, o evento de aproximadamente 30 dias ocorre normalmente entre abril e maio. //SONORA DOUGLAS VICENTE PENTEADO//

O empresário contou com a ajuda de um fornecedor de máquinas, representante de uma indústria japonesa, que apresentou a Douglas um molde de máscara para proteção contra vírus que estava fazendo sucesso no Oriente. De lã, com fio duplo e fino, bem compacto, para garantir a segurança, e adaptável ao rosto, confirmando a vedação. Para sacramentar o pacote antiviral, um forro de tecido pode ser aplicado na máscara.


Douglas conta que o formato fez tanto sucesso que a malharia chegou a confeccionar mil e 500 máscaras por dia no auge dos casos de contaminação. Assim, da crise surgiu um novo produto que garantiu o lucro do empresário e a permanências dos funcionários na empresa. //SONORA DOUGLAS VICENTE PENTEADO//.


A tecnologia também foi a grande aliada da Malharia Canaã Tricot. Para salvar as vendas e diminuir o prejuízo causado especialmente pelo cancelamento da feira, o empresário Verli Moleta intensificou a parceria com grandes empresas com um comércio eletrônico desenvolvido e forte, que pudesse divulgar os modelos criados pela malharia de Imbituva. A estratégia garantiu não haver demissões. Verli aposta numa melhora no pós-pandemia, principalmente com o retorno da feira. //SONORA VERLI MOLETA//

Criado pelo Governo do Estado, o projeto Feito no Paraná, busca dar mais visibilidade para a produção estadual. O objetivo é estimular a valorização e a compra de mercadorias paranaenses. O projeto foi elaborado pela Secretaria do Planejamento e Projetos Estruturantes e quer estimular a economia e a geração de renda. Empresas paranaenses interessadas em participar do programa podem se cadastrar pelo site www.feitonoparana.pr.gov.br . (Repórter: Flávio Rehme)