Pioneira no Brasil, delegacia que soluciona crimes antigos elucidou mais de 100 casos em 2022
23/01/2023
A DHMC, Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade, da Polícia Civil do Paraná, surgiu em 2014, em Curitiba, quando foi criada no Estado a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa. Nessa configuração, a capital paranaense passou a ter quatro delegacias de homicídios, sendo uma especialmente dedicada aos crimes que escapam à régua. Nesses oito anos foram solucionados centenas de casos. Apenas em 2022 foram esclarecidos 114 crimes, o ano mais produtivo. Nos últimos três anos foram mais de 200 inquéritos concluídos e encaminhados para a Justiça. A DHMC trabalha com todos os crimes que não foram elucidados pelas delegacias comuns em até dois anos. Além disso, a partir de sua criação, a DHMC herdou todos os casos de homicídios mais antigos ocorridos em Curitiba e que permaneciam sem solução. Os crimes envolvem dificuldades relacionadas ao entendimento da dinâmica dos fatos, depoimentos controversos, e outras particularidades das investigações. Para atuar nessa área, os policias passam por treinamento, se aprofundam em conhecimentos de mobilidade social e urbana, além de pesquisarem a fundo a dinâmica de atuação dos grupos criminosos. O Paraná é o único estado brasileiro que tem uma delegacia constituída e voltada à elucidação de crimes antigos, e ela é a personagem da vez da série de reportagens “Paraná, o Brasil que dá certo”. O delegado titular da unidade, Marcos Fernando da Silva Fontes, explica que a singularidade do Paraná nessa área foi atestada no 3º Encontro Nacional de Diretores de Departamento de Homicídios, ocorrido em Salvador, em dezembro do ano passado, que teve como temática principal a Estratégia Nacional de Combate a Homicídios. //SONORA MARCOS FONTES//
Para o delegado, a função principal é dar uma satisfação à comunidade, evitando a prescrição de crimes e mostrando aos criminosos que o crime não compensa. //SONORA MARCOS FONTES//
Fontes ainda explica que desde 2019, a DHMC passou a atuar em quatro subdivisões, como as Delegacias de Homicídios. //SONORA MARCOS FONTES//
O delegado afirma ainda que, ano a ano, os crimes remetidos à DHMC vêm diminuindo por conta da cobertura especializada dos policiais civis que presidem os inquéritos mais recentes. O índice de solução de crimes antigos tem aumentado ano a ano. Segundo ele, isso ocorre porque as áreas estão mais consolidadas, as delegacias trabalham em conjunto, as equipes têm mais acesso à tecnologia, além da proximidade com a Polícia Científica. Como resultado do trabalho positivo da especializada, um dos inquéritos solucionados foi o homicídio de Adriano Peres da Silva, ocorrido em abril de 2012, no bairro Bacacheri, em Curitiba. O crime foi resolvido nove anos depois, devido à localização de novas testemunhas que, sob a condição de anonimato, forneceram informações para a elucidação do caso. O autor foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e impossibilidade de defesa da vítima. A tecnologia tem sido a principal aliada na solução de crimes antigos. Outro exemplo concreto no Paraná foi a solução do assassinato da menina Raquel Genofre, ocorrido em 2008. Ela tinha 8 anos na época e foi encontrada morta dentro de uma mala, na Rodoferroviária de Curitiba. A solução do crime se deu pelo cruzamento de dados no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Apesar de o Paraná possuir um banco estadual desde 2014, a integração nacional de bancos só virou realidade em 2019. Assim, somente 11 anos depois a Polícia do Paraná conseguiu identificar o autor do crime, que foi condenado a 50 anos de prisão. O caso foi solucionado também graças a todo o trabalho feito pela perícia à época do crime. A DHMC conta com o apoio de dois sistemas que fazem confronto de dados e auxiliam solução de crimes. Um deles é o Sistema AFIS Criminal, do Instituto de Identificação do Paraná, que faz o cruzamento de impressões digitais encontradas em cenas de crimes com o novo banco de dados nacional. Na maioria dos inquéritos antigos, o resultado é positivo e a equipe consegue chegar à autoria. A participação da população e a confiança no trabalho da Polícia Civil é essencial para obter bons resultados. Com novas diligências, familiares e testemunhas ganham uma nova chance de fornecer informações dos crimes, relatando o que sabem ou o que ouviram. Além disso, a sociedade pode contribuir com informações através de denúncias anônimas, pelo 197, da PCPR, 181 do Disque Denúncia ou pelo 0800-643-1121, diretamente à equipe de investigação. Essas denúncias ajudam a direcionar a linha de investigação dos inquéritos antigos. “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. São apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. Confira em www.aen.pr.gov.br as reportagens já publicadas da série. (Repórter: Alexandre Nassa)
Para o delegado, a função principal é dar uma satisfação à comunidade, evitando a prescrição de crimes e mostrando aos criminosos que o crime não compensa. //SONORA MARCOS FONTES//
Fontes ainda explica que desde 2019, a DHMC passou a atuar em quatro subdivisões, como as Delegacias de Homicídios. //SONORA MARCOS FONTES//
O delegado afirma ainda que, ano a ano, os crimes remetidos à DHMC vêm diminuindo por conta da cobertura especializada dos policiais civis que presidem os inquéritos mais recentes. O índice de solução de crimes antigos tem aumentado ano a ano. Segundo ele, isso ocorre porque as áreas estão mais consolidadas, as delegacias trabalham em conjunto, as equipes têm mais acesso à tecnologia, além da proximidade com a Polícia Científica. Como resultado do trabalho positivo da especializada, um dos inquéritos solucionados foi o homicídio de Adriano Peres da Silva, ocorrido em abril de 2012, no bairro Bacacheri, em Curitiba. O crime foi resolvido nove anos depois, devido à localização de novas testemunhas que, sob a condição de anonimato, forneceram informações para a elucidação do caso. O autor foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e impossibilidade de defesa da vítima. A tecnologia tem sido a principal aliada na solução de crimes antigos. Outro exemplo concreto no Paraná foi a solução do assassinato da menina Raquel Genofre, ocorrido em 2008. Ela tinha 8 anos na época e foi encontrada morta dentro de uma mala, na Rodoferroviária de Curitiba. A solução do crime se deu pelo cruzamento de dados no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Apesar de o Paraná possuir um banco estadual desde 2014, a integração nacional de bancos só virou realidade em 2019. Assim, somente 11 anos depois a Polícia do Paraná conseguiu identificar o autor do crime, que foi condenado a 50 anos de prisão. O caso foi solucionado também graças a todo o trabalho feito pela perícia à época do crime. A DHMC conta com o apoio de dois sistemas que fazem confronto de dados e auxiliam solução de crimes. Um deles é o Sistema AFIS Criminal, do Instituto de Identificação do Paraná, que faz o cruzamento de impressões digitais encontradas em cenas de crimes com o novo banco de dados nacional. Na maioria dos inquéritos antigos, o resultado é positivo e a equipe consegue chegar à autoria. A participação da população e a confiança no trabalho da Polícia Civil é essencial para obter bons resultados. Com novas diligências, familiares e testemunhas ganham uma nova chance de fornecer informações dos crimes, relatando o que sabem ou o que ouviram. Além disso, a sociedade pode contribuir com informações através de denúncias anônimas, pelo 197, da PCPR, 181 do Disque Denúncia ou pelo 0800-643-1121, diretamente à equipe de investigação. Essas denúncias ajudam a direcionar a linha de investigação dos inquéritos antigos. “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. São apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. Confira em www.aen.pr.gov.br as reportagens já publicadas da série. (Repórter: Alexandre Nassa)