Pesquisadores da UEL investigam duas novas espécies de peixes fluviais

22/02/2022
Pesquisadores do Laboratório de Ictiologia, ligado ao Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Londrina, estão estudando duas novas espécies de peixes de água doce, do gênero Leporellus e Leporinus, ambos da região amazônica. Os gêneros recebem estes nomes por causa dos dentes proeminentes, como os dos coelhos, conhecidos como leporídeos. As duas novas espécies são encontradas em ambientes de corredeiras, o que já aponta para uma ameaça potencial: a construção de usinas hidrelétricas, como aconteceu em Belo Monte no Rio Xingu e no Rio Aripuanã, com a usina de Dardanelos. São mais de 150 espécies da mesma família espalhadas em toda a América do Sul. A espécie do gênero Leporellus foi encontrada por Nick Narezzi, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UEL, há cerca de três anos, mas ainda não foi nomeada. Segundo o professor José Luís Birindelli, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, havia 100 anos que ninguém encontrava uma espécie nova desse gênero. O peixe foi encontrado no Rio Aripuanã, no Mato Grosso, um afluente do Rio Madeira, por sua vez afluente do Amazonas. Foram encontrados exemplares de até 20 centímetros e o Laboratório planeja para este ano uma viagem de campo para coleta de mais exemplares para estudo. Já a nova espécie de Leporinus foi descoberta no trecho médio do rio Xingu, no Pará, mas também pode ser encontrada nos rios do Alto Xingu, e deve ocorrer amplamente no Parque Indígena do Xingu, uma área protegida que pode ajudar a garantir a sobrevivência da espécie. O rio tem quase mil e 900 quilômetros de extensão e também deságua no Amazonas. O peixe é de pequeno porte e não ultrapassa os 12 centímetros de comprimento. Saiba mais sobre a pesquisa em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)