Pesquisadores da UEL desenvolvem vacina pioneira contra toxoplasmose suína

20/01/2022
Pesquisadores do Centro de Referência em Toxoplasmose Humana e Animal da Universidade Estadual de Londrina desenvolveram a primeira vacina contra toxoplasmose suína no mundo baseada em proteínas recombinantes, uma técnica revolucionária no campo da imunização, porque é mais eficaz e traz menos riscos. A vacina é, de acordo com o professor João Luís Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, resultado de um longo processo de pesquisa e avanços graduais no conhecimento em todo o mundo. A vacina de DNA contra toxoplasmose suína da UEL está sendo testada em camundongos e a fase seguinte será a final, com o teste já em suínos. O professor explicou que esta é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e atinge várias espécies de animais, como gatos, porcos, ovelhas, cabritos e cavalos, que podem servir de vetores e transmitir ao ser humano.
O Toxoplasma gondii foi isolado pela primeira vez em 1908, praticamente ao mesmo tempo por pesquisadores franceses na Tunísia e brasileiros, em São Paulo. Quando a pesquisa do professor João Luís começou, no início dos anos 80, ainda era sobre os quadros epidemiológicos da doença. Na época, cerca de 4 em cada 10 porcos no Brasil estavam contaminados e, como não havia vacina, investia-se na educação e outras formas de prevenção. Dicas sobre como cozinhar bem a carne antes de consumi-la foram bem popularizadas e valem até hoje. Atualmente apenas 4 em cada 100 porcos carregam algum tipo de contaminação. Porém, considerando que um único indivíduo pode portar milhões de oocistos ao longo da vida, ainda há razão para alerta, afinal a carne suína é a mais consumida no mundo, e dados da Fundação Osvaldo Cruz afirmam que cerca de um terço da população mundial é acometida pela doença. Outras informações podem ser conferidas em www.uel.br. (Repórter: Wyllian Soppa)