Pesquisadoras da Universidade Estadual de Londrina investigam macacos-prego que usam pedras como ferramentas
11/10/2022
Pesquisadoras do Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal, do Centro de Ciências Biológicas da UEL, Universidade Estadual de Londrina, estão estudando um grupo de macacos-prego que utilizam rochas para auxiliar na alimentação, comportamento habitual em alguns grupos, porém inédito nesta espécie em questão. O grupo ocupa um resquício de Mata Atlântica existente no Parque Municipal Arthur Thomas, na Região Leste de Londrina, onde foram identificados até agora 205 sítios de quebra, ou seja, locais onde os animais costumam levar frutos, sementes e rochas para as refeições. Imagens feitas por pesquisadores demonstram que os animais utilizam cascalhos e rochedos de vários tamanhos para quebrar, por exemplo, sementes de palmeira, encontradas em quantidade nos mais de 80 hectares do parque. A dieta dos animais também inclui plantas, raízes, folhas e pequenos vertebrados. Os pesquisadores conseguiram filmar os animais em ação, inclusive carregando pedras equivalentes ao peso corpóreo, o que evidencia a habilidade e a clara intenção de quebrar os frutos para chegar à semente. O comportamento do grupo é tema da dissertação de mestrado da bióloga Julia dos Santos Gutierrez, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, orientada pela professora Ana Paula Vidotto Magnoni, que coordena o Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal. Segundo o estudo, o uso de ferramentas por macacos é vastamente documentado em outras espécies de primatas, seja para escavação, sondagem ou quebra de frutos, o mais comum. Para a pesquisadora, o estudo nessa população é importante por ser a única da espécie em que há registro de uso espontâneo de ferramentas de quebra. Segundo a professora Ana Paula, conhecer o comportamento de grupos de macacos ajuda a compreender melhor a própria evolução da espécie humana. //SONORA ANA PAULA VIDOTTO MAGNONI//
Segundo o estudo, a massa corporal dos macacos é um fator que influencia na eficiência do uso de ferramentas. As rochas utilizadas para quebra de sementes e frutos podem variar em relação ao tamanho e peso, podendo ter até mais de 1 kg, material pesado para um animal com menos de 4 kg. Além de mapear e levantar em detalhes os hábitos alimentares dos macacos que habitam o Parque, a mestranda pretende quantificar e identificar todos os exemplares do grupo. (Repórter: Flávio Rehme)
Segundo o estudo, a massa corporal dos macacos é um fator que influencia na eficiência do uso de ferramentas. As rochas utilizadas para quebra de sementes e frutos podem variar em relação ao tamanho e peso, podendo ter até mais de 1 kg, material pesado para um animal com menos de 4 kg. Além de mapear e levantar em detalhes os hábitos alimentares dos macacos que habitam o Parque, a mestranda pretende quantificar e identificar todos os exemplares do grupo. (Repórter: Flávio Rehme)