Performance homenageia a emblemática curitibana Gilda com cortejo carnavalesco

30/03/2022
No próximo sábado, a Boca Maldita será palco e passarela de um show carnavalesco um pouco diferente. Isso porque o cortejo não vai marcar o Carnaval, mas sim uma performance artística em homenagem a uma figura que faz parte da história e da memória de Curitiba: Gilda, a travesti mais emblemática da cidade nos anos 1970 e 1980. O cortejo-performance-homenagem vai ter seu momento mais importante ao final, com a instalação de uma placa de bronze em homenagem à Gilda bem no centro da Boca Maldita. A proposta foi idealizada pelo artista Guilherme Jaccon e premiada na categoria de intervenções urbanas do 67º Salão Paranaense de Arte Contemporânea, do MAC Paraná. Ele pesquisa a história de Gilda desde 2015, com foco na memória pública da cidade e nos registros que as instituições têm ou não têm sobre a vida e o legado da travesti, ícone da comunidade LGBTQIA+ local. Ele passou os últimos anos realizando um trabalho de pesquisa das publicações sobre Gilda em veículos de imprensa locais, material que recentemente está sendo publicado no perfil do Instagram @arquivosgilda. Também mapeou iniciativas de artistas e coletivos que buscaram, ao longo do tempo, reforçar uma memória quase antagônica à oficial por meio de cartazes, publicações, poemas, peças de teatro, entre outras produções que homenageavam a travesti da Boca Maldita. Para o artista, ações como essa são fundamentais para ressaltar que existe sempre uma história oficial e dominante e outras histórias marginais ou paralelas: uma história é sempre contada em detrimento de outras histórias omitidas.// SONORA GUILHERME JACCON.//

No caso de Gilda, apesar de sua importância para o movimento gay na cidade, para o Carnaval e para a resistência cultural, o espírito machista na época foi responsável por um apagamento de sua memória. Saiba mais em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)