Paraná deve colher 23 milhões e 900 mil toneladas de grãos

26/02/2021
A safra de grãos de verão 2020/21 deve somar 23 milhões e novecentas mil toneladas em uma área de 6 milhões e cem mil hectares, segundo o Deral, Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Esse volume indica uma redução de 4% se comparado à safra 2019/2020. O relatório deste mês aponta que tanto o clima quanto a ocorrência de pragas reduziram a produtividade e a qualidade dos grãos em algumas das principais culturas do Estado. Espera-se a produção de cerca de 20 milhões de toneladas de soja para a safra 20/21, uma redução de 2% na comparação com a safra 19/20. Se houver melhora nas condições climáticas, a colheita do grão deve acelerar nas próximas semanas. Já a primeira safra de milho deve somar 3 milhões e 200 mil toneladas, 7% a menos do que indicava a estimativa inicial. O chefe do Deral, Salatiel Turra, explica as dificuldades que o Paraná enfrenta.//SONORA SALATIEL TURRA//.A colheita da soja avançou nas últimas semanas, mas ainda está atrasada com relação aos anos anteriores. Hoje, 8% da área está colhida, somando aproximadamente 470 mil hectares. Nesta semana, a saca de 60 kg de soja foi comercializada por cento e cinquenta e dois reais e catorze centavos. Na mesma semana de 2020, o valor era de aproximadamente 79 reais. De maneira geral, a situação da safra ainda preocupa os produtores, principalmente devido às chuvas que podem ocorrer neste momento do ciclo e afetar a qualidade do grão. Se a colheita se desenvolver bem em março, o produtor não terá problemas na sequência da safra. Com um leve avanço em comparação a janeiro, 45% da soja já está comercializada. A primeira safra de feijão está se encerrando no Paraná, embora alguns núcleos regionais, como o de Campo Mourão, ainda tenham áreas para colher. Esta safra é pequena, porque o clima impactou bastante. A produção está estimada em aproximadamente 254 mil toneladas, volume 19% menor do que o colhido na safra anterior, quando o Paraná teve uma safra cheia, e 13% menor com relação ao potencial produtivo estimado no início da safra. Os preços recebidos pelo produtor oscilam de acordo com a qualidade do produto ofertado. Neste ano, a comercialização segue a mesma média de percentual do ano passado, mas há uma redução da oferta. Atualmente, 65% da produção está comercializada, cerca de 166 mil toneladas. De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, mesmo com a oscilação dos preços, os valores remuneram bem os produtores e cobrem os custos de produção. Estima-se a produção de 13 milhões e 600 mil toneladas na segunda safra de milho, volume 14% superior ao produzido na safra 19/20. Com a possibilidade de haver plantio fora do zoneamento, aumenta o risco de perdas pelos riscos climáticos, como a geada, que deve afetar principalmente o Oeste do Paraná. Os preços atuais são satisfatórios para o produtor. Na semana passada, a saca de 60 kg foi comercializada, em média, por 71 reais. Nesta semana, o valor chegou a setenta e três reais e dezessete centavos. Após um ritmo rápido em janeiro, a comercialização do trigo teve uma desaceleração neste mês, atingindo 92%. Isso se explica pelo fato de que os agricultores já não têm tanto produto disponível, e pela boa rentabilidade proporcionada pelos preços. A saca de 60 kg do trigo é comercializada por, em média, 76 reais. O levantamento do Deral indica que a safra de café no Paraná será 10% inferior à do ano passado. Estima-se um volume de 52 mil toneladas. De acordo com o economista do Deral, Paulo Franzini, a redução da área - de pouco mais de 34 mil hectares para 33 mil hectares ajuda a explicar essa queda, além do clima seco que afetou a cultura em 2020. Porém, com as chuvas de janeiro a situação foi normalizada, e os frutos estão com um bom desenvolvimento. Quanto à comercialização, percebeu-se que, a partir de dezembro de 2020, houve uma recuperação no preço do café. Em janeiro, a saca de 60 kg era comercializada por 556 reais e 99 centavos. Agora, o valor chegou a 604 reais e 40 centavos. A produção brasileira de arroz está estimada em 11 milhões de toneladas nesta safra. Esse valor está abaixo do esperado, principalmente em função das altas cotações que o produto registrou no último ano. Mas o abastecimento não deve ser afetado, devido ao volume em estoque. O Paraná mantém aproximadamente 20 mil hectares de área para o plantio de arroz, semelhante ao que foi destinado à cultura na safra anterior, que pode sofrer uma leve redução caso a soja, mais rentável, conquiste algumas dessas áreas de plantio. No Paraná, devido à escassez do produto, os preços são mais altos. A saca é comercializada por aproximadamente 109 reais. Com melhores condições climáticas, a colheita da mandioca avançou e atingiu, nesta semana, 8% dos 150 mil hectares plantados. A produção está estimada em 3 milhões e seiscentas mil toneladas. A oferta mais alta do que a demanda influenciou os preços nos últimos dias. A tonelada foi comercializada por 406 reais nesta semana, ante 408 reais na semana anterior. No entanto, esta safra pode ser considerada boa, segundo o economista do Deral, Methodio Groxko. O Paraná continua na vice-liderança nacional, atrás apenas do Estado do Pará. (Repórter Rudi Bagatini).