Novo status sanitário do Paraná completa um ano e impulsiona investimentos bilionários

27/05/2022
O reconhecimento internacional do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação completa um ano nesta sexta-feira. Em 2021, a Organização Mundial da Saúde Animal concedeu ao Paraná, por meio da chancela ao bom trabalho de sanidade agropecuária, uma credencial para abrir mercados para as proteínas animais produzidas no Estado, com a possibilidade de comercialização a países que pagam melhor pelo produto. O Paraná também foi classificado como zona livre da peste suína clássica independente, fora de um grupo atualmente formado por 11 estados, conquistas importantes para aumentar o potencial paranaense na agropecuária, destaca o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//

Tendo como premissa que a mudança dos olhos do mundo em relação à sanidade bovina também reflete na busca por outras proteínas animais, nos últimos anos, cerca de 30 frigoríficos anunciaram a instalação ou ampliação de unidades no Paraná. Os investimentos já anunciados ou previstos somam aproximadamente seis bilhões e 600 milhões de reais em pelo menos 23 municípios, gerando cerca de 14 mil empregos diretos. Em Assis Chateaubriand, o Frigorífico da Frimesa deve iniciar as operações em 2023. O valor investido é de dois bilhões e 500 milhões de reais. Os novos projetos incluem outras proteínas também. A Copacol adquiriu o frigorífico da Tilápia Pisces, de Toledo, com investimento de 60 milhões. Outro exemplo é a BRF, que vai investir 292 milhões em modernização e ampliação de suas unidades no Paraná. São diversos setores que estão sendo beneficiados pelo novo status sanitário. A piscicultura, com a Copacol e C. Vale, em Palotina, que ampliou sua capacidade; Cocari e Aurora, que atuam em frango em Mandaguari e assumiram frigorífico em Alvorada do Sul; a Coopermota, que assumiu indústria em Cornélio Procópio; o grupo Friella, em Santa Helena; a Plusval, em Iporã, e um investimento de 500 milhões de reais em uma fábrica de queijo nos Campos Gerais. No ano passado, o Estado ampliou o bom desempenho que tem na produção de proteínas animais. Somando as carnes bovina, suína e de frango, o Paraná produziu mais de seis milhões e 200 mil toneladas. As conquistas estimularam o crescimento no rebanho e em número de abates, reforçando a liderança do Paraná na produção brasileira de proteína animal. Ortigara ressaltou que agora é manter os bons resultados e o status adquirido.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//

O Estado também reforçou investimentos, entre outras atividades, em estradas rurais, para oferecer condições de transporte mais adequadas; e em agroindústrias para ajudar, sobretudo, a agricultura familiar a processar os alimentos. Um dos mais recentes empreendimentos inaugurados no Estado, a Unidade de Produção de Desmamados, na Estrada Alvorada, em Jesuítas, no Oeste do Estado, recebeu investimentos de 120 milhões de reais. Em pouco mais de três anos, o Governo do Estado pavimentou mil quilômetros de estradas rurais com pedras poliédricas ou com blocos sextavados em todo o Paraná. O investimento chegou a 304 milhões de reais beneficiando 18 mil famílias de duas mil comunidades em 202 municípios. A participação do Estado também é importante para facilitar o acesso dos produtores a energias renováveis, visto que esse é um insumo que interfere em 30% do custo no caso do peixe, e de 15% a 20% na cadeia do frango. Para atender a esse pedido, o Governo lançou o Banco do Agricultor Paranaense, em que o Estado assume parte ou a integralidade dos juros de financiamentos. No caso específico da energia rural renovável, seja por sistema solar fotovoltaico ou pelo uso de biomassa para bioenergia ou biometano, os projetos apresentados até 31 de dezembro de 2022 têm 100% dos juros assumidos pelo Estado. Ainda na área da energia, o setor da agropecuária é beneficiado pelo programa Paraná Trifásico, um investimento de dois bilhões e 700 milhões de reais, feito pela Copel, para substituir antigas estruturas monofásicas por trifásicas e garantir energia de maior qualidade à população rural, contribuindo para o desenvolvimento do setor agroindustrial paranaense. Desde que foi lançado, em 2019, o programa construiu sete mil 913 quilômetros de redes trifaseadas em todo o Estado. Confira alguns investimentos que o Paraná recebeu no setor agropecuário no site aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)