Nível tecnológico dos Campos Gerais pode tornar o Paraná o primeiro em produção de leite

13/05/2022
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Os dados são do último levantamento da Produção Pecuária Municipal, do IBGE. A posição no ranking se deve ao fato de o Estado ter algumas das regiões mais expressivas na produção brasileira, como é o caso dos Campos Gerais. Essa é uma das marcas comemoradas na ExpoFrísia, que começou nesta semana. Um levantamento do Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, aponta que a soma do VBP, o Valor Bruto de Produção, de toda a região dos Campos Gerais, só em 2020, foi de nove bilhões e 800 milhões de reais, impulsionada principalmente por Castro e Carambeí, municípios que mais produzem na região. Essas cidades também estão em primeiro e segundo, na produção leiteira nacional, com 363 milhões e 900 mil litros por ano pra Castro e 224 milhões e 700 mil litros por ano produzidos em Carambeí. No Sudoeste do Paraná, outra região que reúne produtores de leite no Estado, a soma do VBP no ano chegou a dois bilhões e 800 milhões de reais, com destaque para Francisco Beltrão. O secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, destacou que a região dos Campos Gerais tem alta relevância, com um padrão elevado de tecnologia. //SONORA NORBERTO ORTIGARA//

Para alcançar o primeiro lugar no ranking nacional, conforme explica o médico veterinário do Deral, Thiago de Marchi da Silva, é necessário uma série de ações, mas, a primeira delas é tentar replicar a tecnologia de sucesso dos Campos Gerais em outras regiões do Estado. //SONORA THIAGO DE MARCHI DA SILVA//

Segundo ele, o espaço geográfico é um dos fatores que poderia aumentar a produção, mas que só isso não é suficiente. //SONORA THIAGO DE MARCHI DA SILVA//

Um dos fatores que tornou os Campos Gerais a região de maior produção leiteira no Estado é a origem dos produtores e o clima agradável para o tipo de cultivo. Considerada a “Cidade Mãe do Paraná”, Castro recebeu os primeiros imigrantes na década de 1930, os alemães. Duas décadas depois, vieram os holandeses, que, na bagagem, trouxeram conhecimento sobre técnicas de produção mais avançadas. Com o passar dos anos, o trabalho deixou de ser manual e as primeiras propriedades se modernizaram. O Estado contribui indiretamente para a produção leiteira com uma série de programas, como o Trator Solidário, que possibilita o financiamento com preços mais acessíveis de tratores, pulverizadores e colhedoras para pequenos produtores. Há também o Leite das Crianças, criado com objetivo de auxiliar na redução da deficiência nutricional infantil, com a distribuição de leite pasteurizado enriquecido com vitaminas A e D, zinco e ferro. São beneficiadas famílias com renda per capita de até meio salário mínimo regional, com limite de dois litros de leite por dia por família. A ExpoFrísia começou nesta quinta-feira e vai até este sábado, no Parque de Exposições Frísia, anexo ao Parque Histórico de Carambeí. (Repórter: Felippe Salles)