Mês das zoonoses: Saúde esclarece sobre a raiva e protocolo em caso de acidente

27/07/2023
O mês de julho foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde para alertar a população sobre a importância da prevenção e tratamento das zoonoses, doenças infecciosas transmitidas de animais para as pessoas. Uma delas é a raiva, causada por um vírus presente na saliva e secreções do mamífero infectado. O protocolo estadual de prevenção contra a raiva é uma poderosa arma contra a doença, considerada fatal na maioria dos casos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná é considerado área controlada para raiva canina desde 2005, ano em que foi registrado o último caso no Paraná. Ainda assim, a Divisão de Vigilância de Zoonoses da Secretaria alerta para os cuidados em caso de acidente. Edilaine Aparecida Freitas, servidora pública, foi mordida por um cão há dois meses. O ferimento profundo assustou ela, mas não causou preocupação já que ele era da família e estava com as vacinas e cuidados em dia. // SONORA EDILAINE APARECIDA FREITAS //

A transmissão ocorre através da saliva de um mamífero infectado, principalmente por mordida de animais. Porém, de acordo com a responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva da Secretaria, Tatiane Dombroski, existe um protocolo estadual sobre medidas a serem tomadas em casos de acidentes com os animais.// SONORA TATIANE DOMBROSKI //

A vacina antirrábica humana está disponível no SUS e é indicada em todos que tiveram um acidente com um animal possivelmente contaminado. Se o paciente se enquadrar nos critérios, o município de residência deve agendar a vacinação. Caso não possua estoque, pode solicitar à Regional de Saúde de abrangência. Os principais critérios para a decisão no tratamento dependem de alguns fatores. Um deles é a possibilidade de observação do animal por 10 dias. Se em todo esse período ele permanecer vivo e saudável, a raiva é descartada. Se o animal desaparecer, apresentar sinais da doença ou morrer e o diagnóstico não puder ser afastado, a vacinação deve ser iniciada imediatamente. Em caso de ocorrência com mamíferos silvestres, a característica do acidente determina a aplicação de quatro doses da vacina, se leve, ou de quatro doses e o soro antirrábico, em caso de mordida grave. Já os acidentes causados por morcegos são exceções para a definição da conduta. Como são sempre considerados graves, o protocolo deve ser aplicado de imediato. No caso de qualquer tipo de agressão por mamíferos, deve-se lavar o ferimento imediatamente com água corrente e sabão, procurar rapidamente uma unidade de saúde e fazer o tratamento quando for indicado sem falta. Evite tocar em qualquer morcego, vivo ou morto. Quando encontrados caídos ou voando durante o dia, podem estar com o vírus. O contato direto por toque, arranhões ou mordidas já é considerado grave. Qualquer espécie de morcego pode transmitir a raiva. Também é importante a vacinação anual de cães e gatos, mesmo para animais idosos e que não tenham acesso às ruas. Para humanos, não há indicação de vacinação prévia, com exceção dos profissionais que trabalham na área e com manejo de animais. A OMS designou seis de julho como Dia Mundial das Zoonoses, em comemoração ao que aconteceu em 1885 na França, quando o cientista Louis Pasteur aplicou a primeira vacina contra a raiva em um garoto de nove anos que tinha sido mordido por um cão infectado. Graças à vacinação, o garoto sobreviveu. (Repórter: Gustavo Vaz)