Mais de 29% dos presos trabalham no Paraná
20/07/2020
O Paraná está entre os estados do Brasil com o maior número de detentos que trabalham. De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional, 29,6% das pessoas presas no Paraná estiveram envolvidas em algum tipo de trabalho no sistema prisional no ano passado. Os mais de 8.800 custodiados que trabalham colocam o Paraná na quarta posição do ranking nacional, atrás apenas de Santa Catarina, Maranhão e Mato Grosso do Sul, considerando balanço até dezembro do ano passado. Nos últimos quatros anos, o número de presos que trabalham no Paraná aumentou 21%. Os detentos que trabalham são analisados por uma Comissão Técnica de Capacitação, composta por assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e jurídicos. Apenas os presos com perfis aptos, de acordo com características pedidas pelas empresas contratantes, e que recebem autorização do Poder Judiciário, são liberados para executar as atividades. Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, parcerias e convênios vêm sendo buscados para incentivas o trabalho no sistema prisional. O chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento do Depen do Paraná, Boanerges Silvestre Boeno Filho, afirma que o trabalho aumenta autoestima dos internos, além de ajudar na melhora do vínculo familiar e ressocialização. // SONORA BOANERGES SILVESTRE //
Durante a pandemia da Covid-19, os trabalhos externos desempenhados pelos detentos precisaram ser suspensos devido às normas de distanciamento social. No entanto, neste período os presos já produziram mais de dois milhões de equipamentos de proteção individual. Máscaras de proteção e jalecos confeccionados dentro do sistema prisional estão sendo distribuídos internamente. A média de salário dos detentos é de um terço do salário mínimo. Desse valor, eles podem autorizar que um familiar saque até 80% do dinheiro. O restante fica em uma conta-poupança prisional do detento, que só poderá ser utilizada quando ele cumprir a pena. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná foi contemplada com o Selo Nacional de Responsabilidade Social pelo Trabalho no Sistema Prisional, um reconhecimento à oferta de atividades profissionais aos detentos. Também foram certificadas 21 empresas do Paraná por empregarem mão de obra de presos e egressos. (Repórter: Rodrigo Arend)