Estado inicia atualização do Plano de Manejo da APA de Guaratuba, no Litoral

02/02/2023
O Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra, IAT, deu início ao processo de atualização do Plano de Manejo da APA, Área de Proteção Ambiental, de Guaratuba, no Litoral do Paraná. As primeiras oficinas e audiências públicas ocorreram no fim de janeiro. O documento técnico busca estabelecer o zoneamento e as normas que balizam o uso da área de forma ambientalmente correta. O prazo de conclusão é estimado em um ano. O IAT, responsável pelos planos de manejo em todo o Paraná, é vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável. A iniciativa integra o pacote de ações para comemorar o Dia Mundial das Áreas Úmidas, celebrado nesta quinta-feira, 2 de fevereiro. Campanhas educativas e a distribuição de materiais informativos sobre a proteção dos guarás completam as atividades no município, nesta sexta-feira. Levantamento do órgão ambiental revelou que cerca de 75% da APA é composta por áreas úmidas, reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente como sendo um Sítio Ramsar. Dos 53 mil hectares total, 40 mil hectares são formados por essa interface entre ambientes terrestres e aquáticos, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica. O diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, destaca a importância do Plano de Manejo.// SONORA RAFAEL ANDREGUETTO.//

O Sítio de Guaratuba é a única área administrada pelo Estado com a classificação internacional Ramsar. Os outros dois pontos no Paraná são federais: a Estação Ecológica de Guaraqueçaba, também no Litoral, e o Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa entre o Paraná e o Mato Grosso do Sul. Além do Plano de Manejo da APA de Guaratuba, o órgão ambiental contratou outros nove documentos semelhantes para diferentes pontos do Estado, também com prazo de um ano para ficarem prontos. O território da APA de Guaratuba foi classificado pelo governo federal como Sítio Ramsar em 2017 por ser, em grande parte, envolvido em áreas de baixas altitudes. Esse reconhecimento internacional é o principal instrumento para proteger áreas úmidas e habitats aquáticos importantes para a conservação de diversas espécies, principalmente aves migratórias ou com risco de extinção, como o Papagaio-de-cara-roxa, Maria-catarinense e Bicudinho-do-brejo. No total foram registradas pelo IAT 322 espécies de aves na APA, sendo 14 delas ameaçadas de extinção em nível global. Entre os principais benefícios da classificação internacional estão a possibilidade da elaboração de projetos e financiamentos para a melhoria da área com prioridade na implementação de políticas governamentais, destaque para o estímulo à produção sustentável, o desenvolvimento do turismo ambiental e o aprofundamento de pesquisas científicas. Mais detalhes em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)