Estado do Paraná ampliou a produção de carnes em 2020

19/03/2021
O Paraná confirmou o bom desempenho no mercado de proteínas animais no ano passado. Os destaques estão na produção de carne suína e frango, que apresentaram variação positiva de 11% e 3,9%, respectivamente, na comparação com 2019, segundo dados da Estatística da Produção Pecuária, divulgada na quinta-feira pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Com esses números, o Estado se consolida como o primeiro produtor de carne de frango, responsável por 33% da produção nacional, e segundo maior produtor de carne suína, com 21% da produção brasileira. O Paraná também é líder em piscicultura e mantém a vice-liderança na produção de leite e ovos.
Somadas, as carnes de frango, suíno e bovino do Paraná totalizaram mais de 5 milhões e 700 mil toneladas, representando 22,3% do total do Brasil.
Colaboraram para impulsionar o desempenho paranaense a demanda internacional, devido a problemas sanitários no exterior; a taxa de câmbio, que melhorou a competitividade do produto; e o crescimento do consumo de frangos e suínos, alternativas mais baratas que a carne bovina.
Segundo o analista de suinocultura do Deral, o Departamento de Economia Rural, Edmar Gervásio, o resultado se deve a fatores como o crescimento do consumo interno, especialmente devido à pandemia, além da demanda internacional, que impulsionou as exportações, principalmente para países asiáticos, e pela substituição de proteínas mais caras, como a bovina.

Outro ponto do levantamento do IBGE que o técnico destaca é o peso médio por cabeça abatida no Brasil, de 90,7 quilos, alta de 2% com relação a 2019. O Paraná foi o que apresentou maior peso de abate entre os cinco principais estados produtores de carne suína.
A produção total de carne de frango em 2020 foi de 4 milhões e 490 mil toneladas, um crescimento de 3,9% na comparação com 2019. Na avaliação do Deral, entre os fatores principais para esse desempenho estão a qualidade da carne, que também é mais acessível em termos de preços. Além disso, o Paraná, que lidera o ranking nacional nas vendas externas do setor, teve um crescimento de 1% na exportação sobre o ano de 2019.
A produção de carne bovina também teve um pequeno aumento, de 0,64%, embora a atividade tenha registrado queda de 0,6% no número de abates de 2019 para 2020, seguindo a tendência nacional.
De acordo com o técnico do Deral, Fábio Mezzadri, há alguns anos, com a elevação nos valores de cereais como soja e milho, e a estabilidade nos valores da arroba, os produtores rurais vinham abatendo suas matrizes em alta escala e liberando os campos para o plantio de soja, em busca de melhor rentabilidade.
Além dos bons índices de desempenho, a pecuária paranaense ainda tem perspectivas positivas para os próximos anos, que já o estado recebeu, neste mês, o parecer favorável do comitê técnico da Organização Mundial de Saúde Animal e deu mais um passo para o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. A avaliação final deve vir em maio, em uma assembleia dos delegados da entidade.
Com o reconhecimento, o setor vai garantir a abertura de novos mercados e atrair investimentos para as cadeias de suínos, peixe, frango, leite e pecuária bovina de corte. O status sanitário internacional permitirá ao Paraná praticamente dobrar as exportações de carne suína e alcançar mercados como Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária. (Repórter: Flávio Rehme)