Empresas investem em economia circular e consolidam Paraná como polo de reaproveitamento

22/04/2024
Empresas especializadas em economia circular e logística reversa têm expandido atividades a partir do Paraná e colaborado com os índices que fazem com que o Estado seja o mais sustentável do Brasil. Diferentemente do modelo linear, caracterizado pela extração de insumos para produção e consumo, havendo um descarte, a economia circular visa conservar o valor desses recursos. O modelo prioriza o reaproveitamento, reparo, reúso e a remanufatura de resíduos. A Circle Economy, entidade apoiada pela ONU, projeta um aumento de 8,6% para 17% na proporção de materiais reutilizados até 2032, o que geraria uma redução de 39% nas emissões de gases do efeito estufa no período. No início do mês, a Votorantim inaugurou a primeira unidade exclusiva da Verdera, o ramo de negócios da empresa dedicada ao coprocessamento de resíduos, em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba. O local tem capacidade de triturar 48 mil toneladas de resíduos por ano, quase o triplo da estrutura já existente, através de um triturador de resíduos de última geração. Eles são tratados e transformados em energia limpa, com menor emissão de CO2, para produção de cimento na fábrica da empresa em Rio Branco do Sul. De acordo com o gerente-geral da Verdera, Eduardo Porciuncula, a nova unidade tem capacidade de atender o setor produtivo do Estado. // SONORA EDUARDO PORCIUNCULA // PORCIUNCULA 01

Outra área de atuação que vem ganhando novos investidores no Paraná é a geração de energia a partir do gás metano emitido nos aterros sanitários. Em parceria com uma empresa suíça, a holding Ambiensys, de Curitiba, importou uma tecnologia para aterros de pequeno e médio porte que apresenta 95% de eficiência na produção de biogás. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões e aterros controlados precisam comprovar até o fim do ano o investimento em destinação correta dos resíduos das cidades, o que deve aumentar a demanda pelos serviços de empresas como a Ambiensys, segundo Lucca Barros, gerente de Novos Negócios da marca. // SONORA LUCCA BARROS //  LUCCA 01

O Paraná conta com um Sistema Estadual de Informações sobre Resíduos Sólidos. As informações são trabalhadas por meio da plataforma digital Contabilizando Resíduos. Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de embalagens têm até 31 de julho para preencher essa plataforma com dados de 2023. As empresas também contam com incentivos oferecidos pela Invest Paraná. Um deles é o Programa de Aceleração de Soluções Sustentáveis, que seleciona marcas ligadas à economia circular. O diretor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, Rogério José Chaves, explicou que o objetivo é promover contatos e encontros com outras entidades do setor público e privado para oferta das soluções. // SONORA ROGÉRIO JOSÉ CHAVES //  ROGÉRIO 01

Outra iniciativa coordenada pela Invest é o programa Vocações Regionais Sustentáveis, focado em pequenos produtores e empreendedores. Sabrine Pereira, que idealizou o projeto Morretes Preserva, trabalhava com a limpeza de áreas verdes, rios e vias urbanas. // SONORA SABRINE PEREIRA //  SABRINE 01

Apesar de não ser o objetivo central, alguns projetos do VRS também contribuem com a economia circular, como o próprio “Morretes Preserva”. (Repórter: Gustavo Vaz)