Em casa ou no hospital: rede estadual garante rotina de estudos mesmo em tempos difíceis

08/06/2022
Enfrentar um tratamento de saúde já é um grande desafio para jovens e as famílias e um eventual afastamento total da vida escolar só traz mais prejuízos ao estudante, que por vezes não sabe por quanto tempo vai ficar longe da sala de aula. Graças ao Serviço de Atendimento da Rede de Escolarização Hospitalar, da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, anualmente centenas de jovens mantêm os estudos em dia das casas ou de unidades hospitalares. Uma das 20 instituições de saúde que têm esse serviço é o Hospital do Câncer de Cascavel, referência no tratamento da doença no Oeste do Estado. A pedagoga Aryadny Neubauer, afirmou que são atendidos estudantes internados, em leitos, na casa de apoio, anexa ao hospital, para quem ainda não está liberado para ir para casa, e também na quimioterapia ambulatorial, de jovens que vêm uma ou algumas vezes na semana para fazer o procedimento e depois retornam para casa. Ao todo, 25 estudantes são atendidos no hospital, cada um com aulas adaptadas à realidade que está passando. Uma das alunas no hospital é Thaila Gabriely Bonfim, de 14 anos, do 9º ano no Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de Oliveira, em Campo Mourão, que desde 2018 é atendida pelo serviço. Ela contou que tem as aulas normais e estuda normalmente. //SONORA THAILA GABRIELY BONFIM//

Em 2019, ela participou da elaboração do livro “Anjos do Bem”, escrito pelas crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer infantojuvenil. O projeto foi interrompido com o início da pandemia e deve ser retomado pelo hospital neste ano. Bruno Ferreira Prestes, 16 anos, aluno da 1ª série do ensino médio do Colégio Estadual do Campo Professor Júlio Moreira, de Pinhão, disse que não fazia ideia de que teria aulas no período de internamento. //SONORA BRUNO FERREIRA PRESTES//

Além do atendimento em 20 hospitais de nove diferentes municípios, o Serviço de Atendimento também vai até a casa de 322 estudantes em mais de 100 municípios do Paraná. Uma das alunas atendias em Curitiba é Marine Trevisan, que tem Síndrome de Asperger, condição que afeta a capacidade de socialização. A mãe, Jaqueline Trevisan, relata que a filha chegou a reprovar duas vezes por faltas no 8º ano do ensino fundamental. Após conhecer o programa, Marine iniciou o no segundo semestre de 2019, ainda revezando um pouco na escola e um pouco em casa, que posteriormente virou 100% em casa devido à pandemia. Jaqueline falou que se não fosse isso, a Marine estaria até hoje na oitava série. //SONORA JAQUELINE TREVISAN//

Matriculada na 2ª série do ensino médio do Colégio Estadual do Paraná, ela segue com as aulas domiciliares com a professora Patrícia Torres, todas as segundas e sextas à tarde. (Repórter: Flávio Rehme)