Dia da biodiversidade: conheça espécies que só se encontram no Paraná
22/05/2025
Minhocas, peixes, sapinhos e pequenos cactos: há um ecossistema cheio de vida que só é possível de se encontrar no Paraná. Chamadas de espécies endêmicas, aquelas que ocorrem naturalmente em apenas uma região geográfica específica, são essenciais para a biodiversidade e exigem uma atenção especial em nome da preservação. Ser endêmico é carregar a beleza e o risco da exclusividade. Isso significa que, caso desapareçam dali, desaparecem do planeta. Também por estarem adaptadas a condições muito específicas de clima e vegetação, são muito sensíveis às mudanças climáticas e alterações ambientais. Por esse mesmo motivo, a preservação é fundamental para a estabilidade ecológica de um determinado ecossistema. Enquanto elas existirem, haverá ali um pedaço único e insubstituível do equilíbrio ecológico, um bio-indicador da qualidade ambiental daquela região. Neste 22 de maio, data de celebração do Dia Internacional da Biodiversidade, Instituto Água e Terra, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, preparou um guia sobre espécies tipicamente paranaenses. Uma delas é o caracol Mirinaba curitybana, que foi encontrado só em Curitiba e Campo Magro. A última vez que a espécie foi vista foi no fim dos anos 70, o que mostra que a população é bem pequena e corre risco. Outro exemplo é o caracol Drymaeus currais, que vive na Ilha Grapirá, a 11 quilômetros da costa do Paraná. Mesmo dentro de um parque nacional, a espécie corre risco de desaparecer por causa de incêndios, espécies invasoras e da coleta irregular. A minhoca Glossoscolex lutocolus vive em brejos, pastagens úmidas e áreas alagadas. Ela é essencial para a saúde do solo, porque ajuda a deixar a terra mais fértil e melhora a qualidade da área. O cacto Parodia carambeiensis é encontrado em áreas rochosas de Carambeí, nos Campos Gerais. É um cacto pequeno, que vive em campos naturais e vem sendo pouco registrado desde que foi descoberto, em 1952. E tem também a Calamodontophis ronaldoi, conhecida como cobra-espada-do-paraná. Só existem dois registros dela até hoje: um em General Carneiro, no Sul do Estado, e outro em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela vive em áreas de campo da Mata Atlântica e corre risco de extinção. (Repórter: Gabriel Ramos)