Copel repovoa Rio Iguaçu com o monjolo, espécie de peixe ameaçada de extinção
11/05/2023
A Copel concluiu mais uma etapa de reprodução em cativeiro do surubim-do-Iguaçu , maior peixe nativo da Bacia do Iguaçu, espécie ameaçada de extinção. Com o desenvolvimento de uma técnica pioneira, a empresa já conseguiu levar ao mesmo rio mais de 140 mil alevinos de surubim. Somente no ciclo que teve início em 2022 e foi encerrado em abril deste ano, foram soltos mais de 14 mil exemplares em reservatórios de usinas hidrelétricas instaladas no maior rio paranaense. As pesquisas e a criação de peixes acontecem na Estação Experimental de Estudos Ictiológicos, mantida pela Copel no município de Reserva do Iguaçu, região da Usina Hidrelétrica Governador Ney Braga. A Estação foi construída logo após a entrada em operação da usina, em 1992. Desde o início, a empresa investiu nos estudos para reprodução do surubim-do-Iguaçu, que é encontrado somente nas regiões do médio e baixo Iguaçu, no Sul e Sudoeste do Paraná. Os relatos científicos iniciais a respeito dos peixes nativos do Rio Iguaçu datam de 1983 e integram os estudos ambientais para a instalação da Usina Hidrelétrica Segredo. Ainda na década de 90, preocupada com as questões de conservação da biodiversidade, a Copel começou a trabalhar com essa espécie de surubim que, além de rara, era difícil de capturar. Para os estudos iniciais, foram realizadas expedições ao baixo Iguaçu em busca de exemplares que passariam a compor o plantel de reprodutores da Estação recém-construída. Os especialistas da Copel iniciaram, então, pesquisas e testes até chegarem à metodologia mais adequada e eficaz para a reprodução em cativeiro. O primeiro passo foi manter os primeiros moradores em grandes tanques de aclimatação na Estação. Com conhecimento detalhado do ciclo biológico, a empresa iniciou as experimentações para induzir a reprodução e desova em cativeiro. Até então inédita, a reprodução artificial do surubim-do-Iguaçu por meio da indução hormonal em laboratório foi um sucesso e, em 1997, a Copel iniciou a soltura no rio. O processo reprodutivo anual na Estação da Copel começa no mês de novembro e coincide com o período de defeso, novembro a fevereiro, em que a pesca é proibida. O técnico em piscicultura, Dieter Penner, conta como funciona esse processo. // SONORA DIETER PENNER //
Esse trabalho envolve também métodos para aumentar a variedade genética dos alevinos de surubim-do-Iguaçu. Todo o plantel de reprodutores recebe chips de identificação. Isso permite controlar o uso de indivíduos distintos para os cruzamentos, cuidado importante na piscicultura com fins de conservação ambiental. Segundo Penner, a produção anual de alevinos varia, em especial por conta das condições climáticas e fatores ecológicos, como a questão do canibalismo oportunista. // SONORA DIETER PENNER //
Além da produção do surubim, os técnicos da Estação criam outras espécies típicas da região, como o lambari, um peixe pequeno e mais generalista, mas com distribuição geográfica aparentemente restrita à Bacia do Iguaçu, segundo pesquisadores. Esse lambari é usado, inclusive, como instrumento de proteção para as larvas e alevinos de surubim-do-Iguaçu nos tanques de criação. Primeiro, porque servem como alternativa de alimento aos alevinos de surubim, evitando que larvas maiores comam as larvas menores da mesma espécie. Além disso, o lambari previne a infestação de ninfas nos tanques, predadoras aquáticas vorazes, que podem comer alevinos de surubim e causar, assim, queda na produção. Por conta de todas as variáveis a serem observadas para o sucesso do trabalho na Estação Experimental de Estudos Ictiológicos da Copel, a rotina da equipe é bastante intensa com as atividades de reprodução e soltura dos peixes, especialmente nos meses mais quentes do ano. (Repórter: Nathália Gonçalves)
Esse trabalho envolve também métodos para aumentar a variedade genética dos alevinos de surubim-do-Iguaçu. Todo o plantel de reprodutores recebe chips de identificação. Isso permite controlar o uso de indivíduos distintos para os cruzamentos, cuidado importante na piscicultura com fins de conservação ambiental. Segundo Penner, a produção anual de alevinos varia, em especial por conta das condições climáticas e fatores ecológicos, como a questão do canibalismo oportunista. // SONORA DIETER PENNER //
Além da produção do surubim, os técnicos da Estação criam outras espécies típicas da região, como o lambari, um peixe pequeno e mais generalista, mas com distribuição geográfica aparentemente restrita à Bacia do Iguaçu, segundo pesquisadores. Esse lambari é usado, inclusive, como instrumento de proteção para as larvas e alevinos de surubim-do-Iguaçu nos tanques de criação. Primeiro, porque servem como alternativa de alimento aos alevinos de surubim, evitando que larvas maiores comam as larvas menores da mesma espécie. Além disso, o lambari previne a infestação de ninfas nos tanques, predadoras aquáticas vorazes, que podem comer alevinos de surubim e causar, assim, queda na produção. Por conta de todas as variáveis a serem observadas para o sucesso do trabalho na Estação Experimental de Estudos Ictiológicos da Copel, a rotina da equipe é bastante intensa com as atividades de reprodução e soltura dos peixes, especialmente nos meses mais quentes do ano. (Repórter: Nathália Gonçalves)