Com Nova Ferroeste, estados do Sul terão modal de integração com outras regiões

30/11/2021
A construção da Nova Ferroeste, linha férrea que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no Litoral paranaense, vai representar uma nova linha de integração com as demais regiões brasileiras e com a América do Sul. O projeto da futura ferrovia foi apresentado nesta terça-feira aos governadores dos estados que compõem o Codesul, Conselho de Integração e Desenvolvimento Sul, que engloba Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. De acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, a malha vai representar um novo marco na logística nacional, atendendo à demanda crescente dos principais estados produtores do País, tanto na agricultura, como na pecuária.// SONORA RATINHO JUNIOR.//

Com 1.304 quilômetros de extensão, o projeto prevê a revitalização e ampliação do atual traçado da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava, além da construção de um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel. Também há a possibilidade de implantação de outro ramal até Chapecó, em Santa Catarina. Com isso, a ferrovia absorve a produção do Sul e do Centro-Oeste, além de poder escoar, pelo Porto de Paranaguá, a produção de países como o Paraguai e Argentina. Em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba, a ferrovia deve se conectar à Malha Sul, que atravessa os três estados da região. Além disso, a partir de Maracaju é possível fazer a conexão com outra ferrovia estratégica da América do Sul, a Malha Oeste, que atravessa os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo e se conecta à Malha Paulista, maior via férrea do País, e à Transamericana. A partir daí, é possível a ligação até a Bolívia e também a integração até o Oceano Pacífico, a partir do Chile e do Peru. Para o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, essa integração logística é essencial para o desenvolvimento de toda a região.// SONORA REINALDO AZAMBUJA.//

Um estudo encomendado pelo Governo do Paraná aponta uma demanda de escoamento de 38 milhões de toneladas/ano de produtos já no primeiro ano de operação. Com isso, a Nova Ferroeste deve se tornar o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País, atendendo o transporte principalmente de soja e proteína animal. Boa parte dessa produção deve ser escoada pelo Porto de Paranaguá, seguindo para países da Ásia, Europa e África. O investimento na Nova Ferroeste é estimado em 29 bilhões e 400 milhões de reais. O vencedor do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, programado para o segundo trimestre de 2022, vai executar a obra e explorar o empreendimento por 70 anos. (Repórter: Wyllian Soppa)