Com 85 fabricantes, Paraná é referência na produção de instrumentos musicais artesanais
28/07/2021
O Paraná é um dos estados brasileiros que mais concentram empresas de fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios. Esse é o tema da reportagem desta semana da série Feito no Paraná, da Agência Estadual de Notícias. A capital paranaense é a única cidade do país que oferece curso superior na área de luteria, que é a especialização de quem constrói instrumentos musicais. Isso explica a grande concentração de empresas do setor no estado. De acordo com dados da Junta Comercial do Paraná, há 85 empresas de fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios no Estado, sendo que 21 delas estão em Curitiba. A UFPR oferece, desde 2009, o curso de tecnólogo em luteria, com duração de três anos. Por um bom tempo este foi o único curso superior na área da América Latina, porém atualmente já existe uma formação semelhante na Argentina. A curitibana Rosanne Lemos foi a primeira luthier formada em instrumentos elétricos do Brasil. Ela é a fundadora da Mankato Guitarras. Segundo Rosanne, esta é uma marca autoral que cria guitarras com modelos únicos e confeccionadas à moda antiga, com madeira nacional.// SONORA ROSANNE LEMOS.//
Formada pelo curso da UFPR, Rosanne decidiu devolver à sociedade a oportunidade de formação que teve. Como voluntária no projeto Girls Rock Camp, uma colônia de férias organizada por voluntárias visando o empoderamento de meninas de 7 a 17 anos através da música, desenvolvendo sua expressão, autoestima e liberdade de expressão, ela viu a necessidade de fornecer às meninas equipamentos de qualidade. Rosanne disse que considerou esta a melhor forma de retornar às mulheres a capacitação que ela adquiriu.// SONORA ROSANNE LEMOS.//
Depois de recolher instrumentos velhos ou danificados, a Mankato criou seis instrumentos com design especial, reaproveitando peças, pontapé inicial do negócio próprio. A marca também produziu outros instrumentos para musicistas mulheres. Os equipamentos fizeram tanto sucesso que hoje há fila de espera para conseguir um instrumento feito pela Mankato. São feitas cerca de seis guitarras por ano, com valor entre 4 e 9 mil reais. O valor, bem abaixo do praticado no exterior, tem atraído as encomendas de fora do país. Já o engenheiro mecânico Marcello Rizzi é um pouco diferente. Ele viu na luteria uma oportunidade de guinada na carreira depois de ser dispensado da empresa onde trabalhou por três anos.// SONORA MARCELO RIZZI.//
Especializado em violões de aço, ele leva de três a quatro meses para entregar uma encomenda. E seus violões têm o paranismo literalmente incrustado na madeira. Pequenos pinhões delicadamente moldados enfeitam os violões que saem do ateliê, o que já virou marca registrada da Rizzi. Além disso, ele faz ajustes e reparos em equipamentos.
Para mostrar a qualidade musical dos instrumentos que produz, Marcello criou o projeto Ultrasonoros, um canal no Youtube que reúne músicos curitibanos que vão tocar utilizando os equipamentos que compraram da Rizzi ou que foram colocados à disposição pela marca. O paulista João Buratti, por sua vez, está desde 2019 instalado em Curitiba, após vir apenas para fazer algumas disciplinas do curso da UFPR e um estágio.// SONORA JOÃO BURATTI.//
Especializado na construção de violinos, Buratti dedica boa parte do seu tempo para manutenção e reparos de instrumentos musicais. Ele conta que grande parte do seu público é formado por músicos das orquestras de igrejas evangélicas da cidade, além de outros músicos profissionais. Segundo o luthier, a maior parte dos instrumentos que chegam ao seu ateliê são chineses, que precisam de um restauro completo para terem uma boa sonoridade.// SONORA JOÃO BURATTI.//
Paralelamente, ele se dedica à construção de violinos. Ele produz no máximo dois por ano. Além do processo ser completamente manual, e igual àquele usado há 300 anos, toda a matéria-prima utilizada por Buratti é importada. Desde a madeira até os vernizes, cola e cordas. Um instrumento feito por ele não sai por menos de 15 mil reais, mas ainda é bem mais barato que qualquer instrumento feito de forma artesanal na Europa, por exemplo. Outros detalhes podem ser conferidos em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Wyllian Soppa)
Formada pelo curso da UFPR, Rosanne decidiu devolver à sociedade a oportunidade de formação que teve. Como voluntária no projeto Girls Rock Camp, uma colônia de férias organizada por voluntárias visando o empoderamento de meninas de 7 a 17 anos através da música, desenvolvendo sua expressão, autoestima e liberdade de expressão, ela viu a necessidade de fornecer às meninas equipamentos de qualidade. Rosanne disse que considerou esta a melhor forma de retornar às mulheres a capacitação que ela adquiriu.// SONORA ROSANNE LEMOS.//
Depois de recolher instrumentos velhos ou danificados, a Mankato criou seis instrumentos com design especial, reaproveitando peças, pontapé inicial do negócio próprio. A marca também produziu outros instrumentos para musicistas mulheres. Os equipamentos fizeram tanto sucesso que hoje há fila de espera para conseguir um instrumento feito pela Mankato. São feitas cerca de seis guitarras por ano, com valor entre 4 e 9 mil reais. O valor, bem abaixo do praticado no exterior, tem atraído as encomendas de fora do país. Já o engenheiro mecânico Marcello Rizzi é um pouco diferente. Ele viu na luteria uma oportunidade de guinada na carreira depois de ser dispensado da empresa onde trabalhou por três anos.// SONORA MARCELO RIZZI.//
Especializado em violões de aço, ele leva de três a quatro meses para entregar uma encomenda. E seus violões têm o paranismo literalmente incrustado na madeira. Pequenos pinhões delicadamente moldados enfeitam os violões que saem do ateliê, o que já virou marca registrada da Rizzi. Além disso, ele faz ajustes e reparos em equipamentos.
Para mostrar a qualidade musical dos instrumentos que produz, Marcello criou o projeto Ultrasonoros, um canal no Youtube que reúne músicos curitibanos que vão tocar utilizando os equipamentos que compraram da Rizzi ou que foram colocados à disposição pela marca. O paulista João Buratti, por sua vez, está desde 2019 instalado em Curitiba, após vir apenas para fazer algumas disciplinas do curso da UFPR e um estágio.// SONORA JOÃO BURATTI.//
Especializado na construção de violinos, Buratti dedica boa parte do seu tempo para manutenção e reparos de instrumentos musicais. Ele conta que grande parte do seu público é formado por músicos das orquestras de igrejas evangélicas da cidade, além de outros músicos profissionais. Segundo o luthier, a maior parte dos instrumentos que chegam ao seu ateliê são chineses, que precisam de um restauro completo para terem uma boa sonoridade.// SONORA JOÃO BURATTI.//
Paralelamente, ele se dedica à construção de violinos. Ele produz no máximo dois por ano. Além do processo ser completamente manual, e igual àquele usado há 300 anos, toda a matéria-prima utilizada por Buratti é importada. Desde a madeira até os vernizes, cola e cordas. Um instrumento feito por ele não sai por menos de 15 mil reais, mas ainda é bem mais barato que qualquer instrumento feito de forma artesanal na Europa, por exemplo. Outros detalhes podem ser conferidos em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Wyllian Soppa)