Chuvas dos últimos dias dificultam plantio de soja, milho e feijão, aponta boletim

14/10/2022
As chuvas frequentes registradas em setembro e nesta primeira metade de outubro dificultam a colheita do trigo e o plantio de soja, milho e feijão no Paraná. Para as lavouras já implantadas, o excesso de umidade provoca a perda da qualidade. A análise está no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 7 a 14 de outubro, elaborado pelo Deral, Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. No caso do trigo, que tem aproximadamente 50% da safra a ser colhida, as áreas consideradas ruins subiram de 4% para 7% no prazo de uma semana, devido quase que exclusivamente ao excesso de chuva. As lavouras consideradas melhores foram plantadas mais tarde e podem necessitar de mais aplicações de fungicidas, com aumento de custo e, possivelmente, produtividade restringida. Com poucas condições para o agricultor entrar com as máquinas nas áreas de produção, o plantio da soja e do milho evolui de forma mais lenta no Estado. Ao solo encharcado se unem as temperaturas mais baixas que o esperado para o período, acarretando impactos pontuais no planejamento do produtor, que sente a pressão de atraso no plantio e acende o alerta para a janela da segunda safra. A semeadura do milho já atingiu 75% da área estimada e o desenvolvimento é satisfatório. A mesma situação prejudicial ao plantio se verifica com o feijão, que tem aproximadamente 54% já semeados. Mesmo assim, ainda é mantida a expectativa de que sejam colhidas 243 mil toneladas, o que significa aumento de 24% em relação ao obtido no ano passado, quando a estiagem afetou profundamente a produção. O boletim agropecuário traz, ainda, informações sobre a atividade da fruticultura no Estado, registrando que, dos 399 municípios, em apenas seis não se detectou cultivos comerciais no ano passado. O preço recebido pelo produtor por litro de leite sofreu redução de 4% na semana de 3 a 7 de outubro, comparativamente à última semana de setembro. A suinocultura paranaense produziu 545 mil toneladas de carne no primeiro semestre deste ano, volume 10% superior ao do mesmo período do ano anterior. O boletim agropecuário registra que o Paraná apresentou maior porcentual de crescimento. O Estado é o segundo produtor, com 21% de participação nas um milhão e 300 mil toneladas produzidas pelo Brasil entre janeiro e junho deste ano. Santa Catarina, que cresceu 7% no primeiro semestre, responde por 29% da produção nacional. (Repórter: Flávio Rehme)