Boletim da Agropecuária analisa impacto do reajuste do trigo em grão no preço do pão francês
13/04/2022
Pelo terceiro mês seguido, o quilo do pão francês se manteve acima de dez reais. Mas poderia ter ultrapassado para 16 reais, caso o reajuste tivesse acompanhado o mesmo índice que encareceu o trigo em grão. Esse é um dos assuntos analisados pelos técnicos do Deral, o Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 8 a 14 de abril. De acordo com o levantamento do Deral, em dezembro do ano passado, o quilo do pão francês no Paraná custava, em média, 9 reais e 94 centavos para o varejo. No primeiro mês deste ano, houve um reajuste de 2%. Em fevereiro, subiu para 10 reais e 26 centavos e, em março, se elevou em 3% passando a custar 10 reais e 54 centavos o quilo. Comparando com março do ano anterior, o pão mais consumido pelo brasileiro custa 7% a mais. Ainda que o reajuste tenha sido inferior à inflação dos últimos 12 meses, que ficou em 11%, de acordo com o IPCA, o impacto é preocupante, pois demonstra o descompasso dos preços desde o início da pandemia. Se o parâmetro comparativo for março de 2019, o preço do pão francês subiu 28%; o das farinhas, 63%; e os do trigo em grão, mais de 100%. O boletim também analisa a produção de feijão no Estado. Com condições climáticas adversas, a primeira safra teve redução de aproximadamente 30% em relação à estimativa inicial e fechou com 195 mil toneladas. Já a segunda safra começa a preocupar os produtores em razão das chuvas constantes, que provocaram queda de 92% para 86% nas plantações consideradas boas no campo. Os produtores de mandioca estão, em sua maioria, no trabalho de colheita do produto. Até o final de março, 20% da área de 131 mil hectares tinha sido colhida. Essa tarefa, no Paraná, é quase toda feita de forma manual. A prática é uma das razões pelas quais está havendo redução de área no Estado, visto que a mão de obra está cada vez menor. O documento traz, ainda, uma análise sobre a cultura do caqui em termos mundiais, brasileiro e paranaense. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, em 2019 foram produzidas 4 milhões e 700 mil toneladas da fruta no mundo. O Brasil é responsável por 168 mil e 700 toneladas. O Paraná responde por 6,2% desse volume. Em 2020, o Estado produziu 9 mil e 800 toneladas. No caso da pecuária, o registro é de suave queda no preço da arroba bovina nos últimos dias. O boletim também fala sobre a evolução no custo de produção de frango no Estado, que tem na alimentação o principal insumo. Em relação à soja, o documento registra que a colheita já atingiu 94% da área semeada, enquanto o plantio da cultura do milho já está encerrado, atingindo 2 milhões e 690 mil hectares. (Repórter: Wyllian Soppa)